ESTUDANDO A PALAVRA

ESTUDANDO A PALAVRA

sábado, 31 de outubro de 2009

ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER.

CAPÍTULO 21 – DO CULTO E DO DIA DO SENHOR.
Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Contatos: jrcalvino9@hotmail.com
Seções 7 e 8: “Como faz parte da lei da natureza que, em geral, uma devida proporção de tempo seja separada para o culto divino, assim também, em sua Palavra, mediante uma ordenança positiva. Moral e perene, obrigando a todos os homens, em todas as épocas, Deus particularmente designou um dia em sete para um sábado, que lhe seja santificado; o qual, desde o princípio do mundo até a ressurreição de Cristo,foi o último dia da semana; e desde a ressurreição de Cristo, foi substituído pelo primeiro dia da semana, e que na Escritura se chama dia do Senhor, e deverá continuar até o fim do mundo como Sábado Cristão. Este Sábado é, pois, santificado ao senhor quando os homens, tendo devidamente preparado seus corações, e de antemão ordenado seus afazeres comuns, não só observam, todos os dias, um santo repouso de suas próprias obras, palavras e pensamentos acerca de seus empreendimentos e recreações seculares, mas também ocupam todo o tempo nos exercícios públicos e particulares de seu culto, bem como nos deveres de necessidade e misericórdia.”

Ensino Claro destas seções:

A necessidade do culto a Deus é uma necessidade imperativa.
A guarda de um dia específico é ordenado de maneira positiva, moral e perene por Deus.
a) Este dia no Antigo Testamento é chamado de Sábado
b) Este dia foi substituído no NT pelo primeiro dia da Semana.
3. Como este dia deve ser observado

a) Na preparação do coração e do afazeres comum
b)Um repouso solene de:
1. nossos empreendimentos (empregos)
2. Lazer.
c) observando os preceitos comuns da religião.
1. Dever para com o culto solene.
2. Dever no exercícios de piedade cristã.
Introdução: No nosso último estudo discorremos sobre o local do culto. Hoje vamos trabalhar a questão da temporalidade do culto. Qual é o tempo propício ou estabelecido pela Palavra de Deus para a adoração pública?

I - A NECESSIDADE DO CULTO A DEUS É UMA NECESSIDADE IMPERATIVA.

A nossa confissão reconhece que existe uma lei na natureza que nos motiva a adoração a Deus. Todavia, embora a criação nos diga que Deus deve ser adorado, ela tem sido adorada acima do criador.
A criação reclama o louvor a Deus. Este louvor é manifestado a todos os homens, esta concepção nos apresenta as seguintes verdades.
1. Que tudo o que fora criado visa proclamar a glória de Deus (Salmos.19.1-4)
2. Que a imagem de Deus está esculpida na criatura moral (Rm.2.14-15).
3. Que a criação mostra-nos a divindade (Romanos.1.19-20).
Estes são elementos suficientes para mostrar a necessidade do culto da adoração de Deus.
II - A GUARDA DE UM DIA ESPECÍFICO É ORDENADO DE MANEIRA POSITIVA, MORAL E PERENE POR DEUS.

A CFW apresenta três termos importantes para a compreensão da temporalidade litúrgica: “Ordenança positiva, moral e perene”. Estes termos descrevem as características do quarto mandamento. O termo positiva indica aquele mandado de Deus que não é moralmente necessário. Isto diz respeito ao dia sétimo; ou seja, o tempo era um mandamento positivo, por isso, transitório. È positivo Deus ter escolhido, no AT, o sétimo dia, pois, ele poderia ter escolhido dar outro dia, mas quis aquele.
O termo moral indica que este mandamento obriga ao homem lembrar de que Deus descansou e destinou um dia de descanso. Isto porque reflete a natureza moral de Deus. E o termo perene indica que deve ser visto, em seu princípio moral, como permanente. Somente sob estes três aspectos se pode entender adequadamente a doutrina do shabbath. Isto nos leva para as seguintes implicações:
a) Este dia no Antigo Testamento é chamado de Sábado: A CFW nos ensina que no período veterotestamentário este dia era o sétimo da semana (conhecido sob o nome de Sábado). Ele era um mandamento positivo-moral de implicações perenes.(Is.56.2,4,6,7)
b) Este dia foi substituído no NT pelo primeiro dia da Semana: A CFW nos apresenta que este mandamento por ser positivo-moral foi substituído o dia onde o mandamento originalmente fora aplicado – Sábado – para o primeiro dia da semana (Atos.20.7; 1Co.16.2; Ap.1.10). O que dá significado a esta mudança?
1. A recriação trazida por Cristo (2 Co.5.17)
2. A libertação de nossos pecados (Rm.5.8; 2 Co.5.18-19; Ef.1.4-7; Cl.1.13)

III - COMO ESTE DIA DEVE SER OBSERVADO

A doutrina presbiteriana não é apenas profundamente teológica, mas antes é eminentemente prática. A preocupação dos puritanos ao escrever a nossa CFW era mostrar a implicação prática destes ensinos sistematizados. A pergunta é: como observar este dia?

a) Na preparação do coração e do afazeres comum: Começa-se na preparação do nosso coração na noite anterior, pois, é ali onde a batalha será vencida. E ordenar todos os afazeres de modo que eles não impeçam o culto (Ex. 16.23,25,26,29,30).

b)Um repouso solene de:

1. nossos empreendimentos (empregos)
A CFW nos ensina que todos os nossos empreendimentos devem vislumbrar um santo repouso; (Ne.13.15-19,21,22).
2. Lazer.
Nós como presbiterianos não devemos nos ocupar com os nossos lazeres comuns de outros dias no dia do Senhor conforme nos ensina a Palavra de Deus (Is.58.13).

c) observando os preceitos comuns da religião.

1. Dever para com o culto solene: Na guarda deste mandamento há uma necessidade preeminente de se observar o dia do Senhor ( Ex.20.8-11; Is.58.13)
2. Dever no exercícios de piedade cristã: O ensino confessional de nossa Igreja reflete a compreensão é que nada pode ser dito ou realizado, no contexto do dia do Senhor, de modo a negligenciar a prática misericórdia conforme nós vemos em Mateus 12.1-13.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A IMPORTÂNCIA DA LÓGICA NA PREGAÇÃO - por: João Ricardo Ferreira de França.


Introdução.
A grande arte da exposição bíblica exige de muitos pregadores operações lógicas. Que carecem de uma ampla qualificação para fazê-la com grande maestria. As vezes nos surpreendemos com a falta de coesão nos discursos proferidos nos púlpitos de nossas Igrejas; e, o público fica sem entender a mensagem que está sendo proclamada.
A lógica é necessária para a prática discursiva do pregador? Esta é a pergunta que precisa de respostas claras, objetivas e seguras. Na vida e no ministério pastoral é necessário a presença da lógica, isto pode ser facilmente percebido dentro das Igrejas que se alinham à teologia da Reforma Protestante, especificamente os que são calvinistas; estes, sem sombra de dúvidas, buscam na lógica apoio para ordenar seus pensamentos na hora da exposição Bíblica.
Neste trabalho nós discutiremos sobre a Importância da Lógica na Prática Discursiva do Pregador. Este tema é relevante para nós, pois, se desejamos ser de fato pregadores que falem ao nosso público com clareza e se desejamos uma resposta do nosso povo à mensagem que estão ouvindo faz-se necessário estudarmos este assunto.
I – A LÓGICA É IMPORTANTE PORQUE NOS TORNA EXPOSITORES QUE BUSCAM A UNIDADE NO DISCURSO.
Esta é a primeira verdade que podemos dizer sobre a importância da lógica na prática da pregação do Evangelho. Isto começa quando os pregadores buscam elaborar os seus sermões tendo como objetivo a unidade de seu tema a ser proclamado. Isto porque a "pregação sem a disciplina da unidade tipicamente leva o pregador a apenas andar a esmo, perdido em seus pensamentos" (CHAPELL, 2002, p.38). Ora, se o pregador não consegue ser um expositor que prima pela unidade do seus discurso, ele de fato não está falando à consciência dos homens e mulheres que encontram-se no seu auditório.
Esta unidade temática, que vem por meio da prática lógica, faz com que a Igreja seja de fato edificada, pois, "alimentar o rebanho de Deus é...ensinar à Igreja. O pastor, portanto, é essencialmente um mestre"(STOTT, 2003, p.125).
O que acontece com um pregador que se recusar a estudar a lógica? Quando ele pensa que sabe tudo, mas não consegue ordenar os seus pensamentos. Se o pastor não for claro, não almejar uma unidade em seu discurso para que ele serve? Ele pode ser classificados entre aqueles que em "cujos estudos são superficiais[e] que ficam confusos e que confundem [os seus ouvintes]"(RAMSEY, 1971, p.7).
Mas quanto a esta questão é bom que se diga que um "sermão não é somente uma lição sistemática"( CHAPELL, 2002, p.43), ela deve, logicamente, demonstrar a vida de piedade daquele que profere tal mensagem; isto quer dizer que uma pregação deve ser avaliada em termos da autoridade da Bíblia que contém uma unidade e coesão singular, tal verdade aponta para a realidade de que:
Sem a autoridade da Palavra, a pregação torna-se uma infindável busca de assuntos, terapias e técnicas que granjearão aplausos, provocam aceitação, desenvolvam uma causa ou aliviem preocupações. A razão humana, as agendas sociais, o consenso popular e as convicções morais pessoais, transformam-se em recursos da pregação que carecem da "convicção histórica de que o que a Escritura diz, Deus diz" (PACKER, 1965, p. 18).
Ou seja, para que pregação seja logicamente aceita ela deve estar fundamenta na autoridade da Palavra de Deus, isso aponta para a realidade de que se não existe uma pregação lógica em nossos dias é porque tal pregação não se prende aos termos da revelação de Deus.
Mesmo que sejamos habilidosos no uso da lógica, mas se a Palavra não governar as nossa mentes e vidas nada fazemos, deixaremos nosso público confuso porque não teremos unidade em nossa exposição; unidade não apenas no falar, mas também em nosso viver de conformidade com aquilo que falamos, isso é lógica prática na vida do pregador; nos fará bem se guardarmos as palavras de Chapell:
Sabemos serem insuficientes nossas habilidades para uma tarefa de tão amplas conseqüências. Reconhecemos que o nosso coração não é puro o bastante para guiar outros à santidade. Uma honesta avaliação de nossa perícia inevitavelmente nos leva à conclusão de que não temos eloqüência ou sabedoria capazes de levar as pessoas da morte para a vida. (CHAPELL, 2002, p.17.)

II – A LÓGICA É IMPORTANTE PORQUE NOS TORNA EDUCADORES DA MENTE.
Esta é a segunda verdade sobre a importância da lógica na pregação. Todavia, a fim de que isso seja possível a mente do pregador precisa também ser educada. A lógica e o estudo diligente o torna capaz de realizar tal empreitada. "Toda preparação para pregar começa com a mente" (LAWSON, 2008, p.47.) este um axioma que não pode ser negado por qualquer pregador que deseja edificar o seu povo. João Calvino, grande exemplo de expositor, que aplicou a lógica em seus discursos, dirigiu-se aos pregadores de seu tempo nos seguintes termos:
Todos devemos ser alunos das Sagradas Escrituras até ao fim, e igualmente aqueles designados para proclamar a Palavra. Se subimos ao púlpito, é sob esta condição: que aprendamos enquanto ensinamos aos outros. Não estou falando aqui apenas para que me ouçam, mas eu também, de minha parte, devo ser um aluno de Deus, e a palavra que sai de meus lábios deve ser benéfica para mim mesmo, do contrário, ai de mim! Os mais habilidosos com as Escrituras são tolos, a menos que reconheçam que precisam de Deus como seu professor todos os dias de sua vida (D’AUBIGNÉ, 2000, p.84-85).
Calvino ainda continua sua exortação dizendo: "O pastor, por meio de muito estudo, deve estar preparado para oferecer às pessoas uma variedade de instruções na Palavra de Deus, como se ele mesmo possuísse um estoque de coisas espirituais."(MILLER, J. Graham, 1992, p.256). A pregação precisa se lógica para alcançar sua função educativa dentro da Igreja, sem esta perspectiva teremos sermões que não comunicam nada à vida das pessoas.
O que tem conduzido o nosso mundo? Não tem sido a lógica ( ou ausência dela) do mundo? Precisamos retomar o que costuma dizer um antigo pregador: "O púlpito conduz o mundo!"(STOTT, op.cit, p.39).
Então, o que é pregar a palavra logicamente? O pastor e também professor de Lógica Vicent Cheung nos traz uma informação que é bastante elucidativa sobre isso:
Pregar é dar uma palestra, e deve ser algo intelectualmente maduro em conteúdo. Certamente, ao orador é permitido ajustar o conteúdo ao nível de entendimento atual da audiência e outras limitações (tal como atenção), mas não ao ponto em que se torne inteiramente confortável, e assim, não promova nenhum crescimento neles para acomodar mais materiais avançados no futuro. Embora para muitos seja anátema sugerir que a Bíblia ordena o crescimento intelectual, e duma forma definitiva o equacione com a santificação, isso é deveras o que ela ensina: "Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade" (Hebreus 6:1); "Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal" Hebreus 5:13-14); "Irmãos, deixem de pensar como crianças. Com respeito ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo de pensar, sejam adultos" (1 Coríntios 14:20); "...e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador" (Colossenses 3:10). (CHEUNG, 2002, p.9)

III – A LÓGICA É IMPORTANTE PORQUE NOS OFERECE CLAREZA E SIMPLICIDADE NA EXPOSIÇÃO BÍBLICA.
A lógica torna-se importante na prática discursiva do pregador porque nos oferece a clareza e a simplicidade. No mundo que vivemos precisamos ser claros naquilo que falamos para sermos compreendidos; os discursos do mundo pós-moderno estão cheios de contradições. E nós, como pregadores da palavra, precisamos ser o mais claro possível para sermos entendidos por este mundo. "Todo o nosso ensino deve ser tão claro e evidente quanto nos seja possível" (BAXTER, 1996, p.39).
A lógica nos fornece ferramentas que podem ser usadas para tornar os nossos discursos claros ao mundo e não atraentes ao mundo, Paulo valeu-se da lógica para refutar as heresias, ele também ao proclamar o evangelho em Atenas fez de igual modo o uso da lógica (Atos.17); é nosso dever sermos lógicos e claros em nossas declarações; pois, de outro modo seremos obscuros e até usados como fontes para pensamentos equivocados.
Falar de modo claro e simples não significa rebaixar o seu nível, mas significa falar dentro do nível do seu público, o Catecismo Maior de Westmister reconhece esta verdade quando oferece a resposta à pergunta 159 sob os seguintes termos: "...devem pregar ...com clareza, não com palavras sedutoras de sabedoria humana, mas em demonstração do espírito e de poder;"(CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER, 1980, p.125).
Mas, de que forma devem apresentar esta pregação aos seus ouvintes? "sabiamente acomodando-se às necessidades e às capacidades dos seus ouvintes"(CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER, Resposta à pergunta 159, 1980, p.125). Isto significa que
Aquele que deve ser compreendido precisa falar à altura dos seus ouvintes. Deve ter como objetivo do seu afã fazer-se compreendido. A verdade ama a luz. É mais bela quando mais transparente, pois, é sinal invejosa inimizade odiar a verdade. É sinal de hipocrisia fazê-lo, fingindo revelá-la. (BAXTER, 1996, p.39).
O grande pastor Baxter continua nos exortando a sermos claros em nossa exposição bíblica, ele diz:
Se o seu objetivo não é ensinar, o que estão fazendo no púlpito? E se seu objetivo é ensinar, por que não falar de maneira que sejam compreendidos? Não há melhor meio de fazer uma boa causa prevalecer do que fazê-la tão claramente, bem como universalmente, e também completamente compreendida quando possível. Não ser claro mostra que, na verdade, vocês não digeriram bem o assunto. (BAXTER, 1996, p.39).

Isto significa que "o sermão deve Ter uma linguagem popular, com um vocabulário simples "crucificado" sem chamar atenção para o ego".(PIPA, 1999, p.6). Portanto, "o sermão deveria ser intensamente lógico, expondo a verdade, linha por linha, preceito por preceito".(PIPA, 1999, p.5).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado, Trad. Odayr Olivetti, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
CHAPPEL, Brayan. Pregação Cristocêntrica – Restaurando o Sermão Expositivo Um guia Prático e Teológico para a Pregação Bíblica, Trad. Oadi Salum., São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
CHEUNG, Vicent. Prega a Palavra. Trad. Felipe Sabino, Cuíabá: Monergismo.com, 2002.
CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1980
D’AUBIGNÉ, J.H. History of Reformation in Europe in the time of Calvin,Volume VII. Harrisonburg, VA: Sprinkle Publications, 2000.
LAWSON, Steven J. A Arte Expositiva de João Calvino, Trad. Ana Paula Eusébio Pereira, São Paulo: Fiel, 2008.
MILLER, J. Graham, Calvin’s Wisdom: An Anthology arreged Alphabetically by grateful reader. Carlisle, PA; Edinburgh, Escotland: The Banner of Truth Trust,1992.
PIPA, Joseph. Sermão Puritano: Um Novo modelo de Exposição In: Revista Os Purintanos, São Paulo: 1999, Outubro a dezembro, p.1-8.
STOTT, John. Eu Crio na Pregação. Trad. Gordon Chown, São Paulo: Vida, 2003.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CALVINISMO - UM SISTEMA BÍBLICO


Tenho perbebido que dentro da estrutura atual do pensamento evangélico tem faltado aquele vigor, firme e sério no que respeita a fé em Cristo Jesus. É duro perceber que a Igreja não está preparada para responder os questionamentos da sociedade atual. Qual a razão disso tudo? A resposta é simples - nos desviamos do Calvinismo! Este sistema integra a vida do homem como um todo, o homem é visto integralmente, não há distinções ou dicotomias no sistema calvinista.

Perbi isso logo de imediato quando observei qua a perspctiva TEONÔMICA é a única postura que pode responder a sociedade, e esta cosmovisão é encontrada no Calvinismo. O Calvinismo responde as questões mais gritantes que enfrentamos em nossos dias. Um exemplo claro disso diz respeito ao matrimônio. Vivemos tempos em que o casamento é visto como algo danoso, prejudicial ao desenvolvimento profissional e a realização pessoal do homem ou da mulher; e assim, temos uma visão de que o casamento não presta. As novelas da atualidade ensinam esta perspectiva, todavia o final feliz de cada novela é UM CASAMENTO! Então o casamento não é o que se tenciona argumentar, ele é bom! Mas por que é bom? Será porque a sociedade diz que é? Ou será que é bom por que a igreja o diz que é assim? A resposta está em Deus "não é bom que o homem viva só" - este é o padrão! O Calvinismo resgata este padrão, pois, é Deus centro de toda moralidade humana, e assim, o centro da vida e o ponto de referência sumpremo. Mas, apenas o Calvinismo consegue dizer, pregar e práticar esta autêntica cosmo visão.

sábado, 18 de julho de 2009

O CULTO COMO AMEÇA E ESPERANÇA PARA O MUNDO.


Introdução: Para se entender a temática deste assunto precisamos fazer duas considerações preliminares. Que são necessárias para o entendimento adequado do que seja de fato o cutto a Deus.
I. A Relação entre o Sagrado e Profano.
Nós não devemos produzir uma teologia que diga existir uma distinção entre Natureza e Graça; na nossa vida nada é profano tudo é gracioso, ou seja reside na graça absoluta de Deus sobre o homem.
Todavia, esta distinção deve ser mantida no âmbiente litúrgico. O culto é santo e o mundo é profano. Isto porque o presente mundo "procura por todos os meios baratear a graça, dando a entender que ela se explica por si mesma. Pois, ele (o mundo) não deseja em seu seio um povo de profetas, sacerdotes e reis, um povo que o julga e que tem a pretensão de substituí-lo por coisas mais essenciais e de agir como procurador do mundo no reconhecimento de sua legítima destinação; de um povo destinado a permanecer livre". De onde vem esse problema?
1. Vem de uma profanação da Igreja.
A Igreja é desprezada no seu culto, na sua mensagem e na sua existência.
2. A Igreja consente que ela seja profanada.
um exemplo claro disso é o o trabalho realizado no domingo - que sugere que este dia é igual a qualquer outro dia; na degradação do milagre do Batismo e da Eucaristia; todos nós somos cúmplices desta profanação quando nos calamos. (Mc.7.6). A Igreja tem se conformado com o mundo e esquecido das verdades ensinadas pela verdade de Deus em Romanos 12.1-3.
II - A Questão do Caráter Público do culto.
O culto cristão - ou a celebração pactual no culto - não é pública. Isto porqe o culto é realmente celebrado e pactuado pelos que foram batizados. Isto implica porque ele não pode ser público só os que foram admitidos na aliança podem se aproxiamar do centro litúrgico que é a Eucaristia - Santa Ceia. deve-se ter em mente que o que é público no culto é a anunciação do Evangelho de Cristo (Mc.10.27) - ou seja só é pública na Igreja a Pregação da Palavra falada. Todos participam dela incluindo o incrédulo conforme 1 Co.14.23ss - isto implica na missão da Igreja - proclamar Cristo, a um mundo perdido.
O culto não precisa ser público para ser culto. Pois, a Igreja nos primórdios sempre se reuniu secretamente e cristo prometeu está sempre presente nesta reunião.
III - O Culto como uma Ameaça para o Mundo.
Como isso acontece?
1. O Culto Questiona a Justiça dos Homens. Todas as vezes que vamos à eucararistia lembras que um homem foi morto injustamente, a morte dele é anunciada no culto - 1 Co 11.26 - como sendo o centro de nossa salvação. Mostrando ao mundo que apenas Deus é o centro de tudo e que a justiça dos homens não significa nada diante do soberano (Romanos 16.27; Ap.4.11;7.10;
2. O Culto é um prelúdio do juizo final
a. Apresentando que há uma separação real e verdadeira (Col.1.13) - fomos tirados do mundo para o reino de Deus revelado na vida da Igreja - povo do reino de Deus. No Batismo fomos indicados que não estamos mais no mundo e que o juízo de Deus não nos alcança. O cristão é chamado no culto a viver uma vida que condene o mundo e sua prática.
3. O Culto Cristão condena todo falso culto
O culto desmascara toda a vaidade do homem que tenta levar o homem até Deus (1 tm.2.1-4); é nosso dever nos separar pela consagração de vida (2 Co.6.14-18)
IV - O Culto como Esperança para com Mundo.
Cristo é a esperança do mundo e da Igreja( 1Tm.1.1; Cl.1.27) como esta esperança ocorre?
a) No caráter vicário do culto.
A vida do homem foi feita para o culto = Gn.2.4.
A Igreja substitui o mundo no culto que dpresta a Deus restaurando aquilo que fora perdido na queda; a igreja está no lugar dela como a nova humanidade restarada em Cristo 2 Co.5.17.
b) No Mistério da Criação que o culto revela
No mundo que está perdido e sem norte por causa do pecado do homem - o culto mostra que há uma solução - pois, na eucarisita o mundo pode ter a esperança. (Jo.6.51). É no culto que a Igreja reorienta o mundo. Porque nele nos somos restaurados a imgem de Deus pela palavra da santificação (Jo.17.17)
Oferecendo perdão a todo o culto que estava desviando-se da verdade e sendo chamado a centralidade em Cristo; visa trazer este culto para celebrar biblicamente este novo evento na história do homem - a mudança de vida trazida pela Palavra de Cristo.
Mas o culto também mostra que devemo abandonar toda forma de culto não ordenada pela palavra - culto aos nossos desejos, o culto motiva à humildade. Aquilo que era pervertido renasce na centralidade do Cristo (Jo.4.22-30).

O CULTO COMO EPFANIA DA IGREJA


Introdução: Já falamos a respeito do culto como um recontar da História da Salvação. Agora nos ocupa esta aula com o tema do culto como a manifestação (epifania) da Igreja de Cristo, ou seja, é o no culto que a Igreja é identificada. Para isto nos seguiremos alguns postulados:
I – A Igreja como Assembleia litúrgica.
Isto significa que a "Igreja torna-se ela mesma, toma consciência de si mesma e se confessa com identidade específica. O culto possibilita à Igreja demonstrar qual é a sua verdadeira natureza".
No Antigo Testamento (AT) a palavra usada pra descrever esta característica é o substantivo qâhâl de Israel; o Novo Testamento (NT) traduz o termo qâhal por Ekkesia, como também faz a septuaginta (LXX).
O que é o qâhâl? É "a assembléia do povo salvo do Egito confirmado, enquanto povo santo" (1Co.11.18,22;12.28;14.4s,12.1913 – Dt4.10; Dt.9.6 18.16).
II – As Implicações da Ideia do Culto como manifestação da Igreja.
O que é a Igreja? Para aprender o que seja a Igreja. É indispensável ir à Igreja e viver o seu culto, pois é no culto que a Igreja dá prova de si mesma, isto porque é "a ele (no culto) que somos levados quando verdadeiramente procuramos a Igreja. Isto implica dizer que o culto não optativo na vida da Igreja, pois, os problemas litúrgicos tem para a Igreja caráter essencial, isto porque é no seu culto e por meio dele que ela atesta a medida da sua fidelidade e saúde espiritual. Como a Igreja se mostra no culto? Ou melhor de que forma ela se mostra?
2.1 – Se mostra como comunidade Batismal (Mt.28.18-19)
O culto estabelece a distinção entre a Igreja e o Mundo.
Mediante o sacramento bastismal – que faz parte do culto – a Igreja demonstra que não é do mundo.
Isto implica que o culto, ao contrário da pregação, não é público, pois, somente os que passaram pelo Batismo – fazem parte dele. Eles renunciaram o mundo, ao diabo e suas obras.
Isto demonstra que a Igreja não é uma sociedade natural, mas que no culto ela se revela como ekklesia tou Theou – Igreja de Deus. Foi planejada e idealizada por Deus.
Ela transfigura o mundo – os pecadores são batizados e introduzidos na Igreja, tanto jovens, velhos mulheres e crianças passam pelo Batismo transfigurando à humanidade caída como sendo agora consagrada para Deus – Romanos. 6.11.
O culto estabelece definitivamente uma ruptura da ekkesia com o mundo.
2.2 – A Igreja se mostra como Comunidade Eucarística no Culto (1Co. 11.23-30).
A eucaristia abarca o todo da natureza da Igreja. A mesa da comunhão descreve a questão das bodas do cordeiro conforme vemos nas Escrituras, isto implica em dizer que a Igreja deve ser vista como uma comunidade nupcial. Queremos dizer que a Igreja no culto se manifesta como a esposa de Cristo. O que isto significa?
a. Ela responde Sim à Palavra e o Chamado do noivo – implicando num compromisso de fé.
b. A Igreja, como esposa, aguarda a volta do Cristo – implicando que a Igreja é a comunidade da esperança.
c. A Igreja, como esposa, ama seu Cristo – Implicando que a Igreja é a comunidade do Amor
d. A Igreja, semelhante à esposa, não é aquela que é adúltera nem engana o seu esposo, entregando-se à palavra de qualquer um que ostenta falar em nome do noivo. – Implicando que a Igreja é a comunidade dos que são fiéis.
2.3 – A Igreja se mostra como Comunidade Católica no Culto (2 Jo.1-4).
O que significa "creio na Santa Igreja Católica"? A Igreja que se encontra em todos os lugares, mas não é apenas isso. O termo católico implica que todos são inseridos dentro da Igreja. "Encontram lugar nela [na Igreja] tanto as mulheres como os homens, os jovens como os velhos, os sábios como os insensatos, os ricos e os pobres, os poderosos como os fracos, os judeus como os gentios, os negro como os brancos" isto significa que onde o "mundo lança separação e confusão a Igreja distingue e une".
Mas esta catolicidade manifesta no culto implica que há um reclame para que haja harmonia no mundo – os conflitos que os homens ostentam tornam-se nulos quando a Igreja se reúne. Ou seja, a Igreja se opõe a tudo que divide. E ainda separa para Deus pelo batismo os que devem pertencer à Igreja.
2.4 – A Igreja se Manifesta no culto como comunidade Diaconal – ( Jo. 13)
Isto significa que:
A Igreja não vive para si mesma
A Igreja deve buscar ajudar outros a encontrarem o caminho da vida mediante os dons que recebeu (1 pedro 4.10; 1 Co.12).
2.5 – A Igreja se Manifesta no Culto como Comunidade Apostólica – Missionária (Mc.16.15; 1 Co.11.26).
A palavra é pregada ensinada no culto de sorte que a Igreja é chamada no culto a anunciar a morte do Senhor até que ele venha.
III – O Culto, o coração da Igreja Local.
3.1 – O culto é decisivo para a vida paroquial – a Igreja só pode ser classificada como tal se houver verdadeiros adoradores ( Jo.4.23-24)
3.2 – O culto é o coração da Igreja porque sem ele a ekklesia morre – É pelo culto que a Igreja vive, é nele que pulsa a vida da Igreja (Romanos 12.1-3).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Buscando a Verdadeira Unidade

Exposição da Palavra.
Carta de Paulo aos Colossenses.
Introdução: O que você faria se ao chegar no culto da Igreja e encontrasse um budista sentado ao lado do pastor? O que pensaria se visse um padre católico romano ministrando a eucarístia nesta Igreja? E depois, um momento animado de louvor com o seguidores de Confúsio? O que faria se um “pastor da universal” no momento de interssão estivesse expelindo demônios? Ou um espírita fazendo passe em todas as pessoas que entrassem na Igreja? E você chegasse e me perguntasse o que significava tudo aquilo? E a resposta que lhe dissesse fosse a seguinte: Meu irmão, minha irmã precisamos viver unidos com os que pensam em religião de forma distinta da nossa maneira de pensar; pois, o cristianismo é mais uma alternativa de salvação dentre tantas, pois, todos adoram a Deus!
Se eu conheço bem o meu povo, vocês diriam que estava tudo errado. E eu perguntaria por quê? E a reposta talvez fosse: eles não creem no sacrifício suficiente de Cristo para salvar o homem; eles não adoram a Deus de fato! Eles praticam abominação. O padre católico ensina a salvação universal de todos homens por meio dos sacramentos, a eucarístia é de fato uma trasmutação dos elementos no corpo de Cristo; e ainda, o espírita diz que precisamos de boas obras para chegarmos ao céu. O cara ali da universal ensina que se estamos em situação financeira e de saúde perigosa é porque estamos em pecado. Eu olharia para você e lhe perguntaria: Qual é a diferença destas religiões para o arminianismo? Você teria uma destas atitudes:
1) se calaria porque entendeu o que eu disse.
2) Ou tentaria ameniazar a questão do armininismo aceitando-o como uma expressão religiosa correta.
O grande problema nosso é o sincretismo religioso que abraçamos em nome da unidade nós não desafiamos os homens que pensam contrário ao ensino bíblico; pensamos que o sistma do arminianismo é correto e por isso, nos calamos, fechamos a nossa boca até o aceitamos em nossa mesa de comunhão! Tudo em nome de uma Busca pela verdadira união cristã.

Elucidação: A carta que temos diante de nós é importante, pois, trata especificamente deste tipo de problama:
a) Autoria: 1. Paulo; 2.) Deutero-Paulina (Bultman). Todavia, a carta deve Ter sido escrita por paulo conforme 1.1 – “eu Paulo, escreve essa saudação de próprio punho..”
b) Local da Escrita: Ele estava na prisão (Cap.4.3,10,18) provavelmente em Roma.
c) A data da Escrita: 60 d.C,
d) Propósito rejeitar o sincretismo religioso dos Colossenses: Pois, estavam fundindo a filosofia grega com o judaísmo, e assim, destruindo o valor e poder do Cristianismo.
Diante disso quero refltir com os irmãos obre o seguinte tema:

Tema: Buscando a Verdadeira unidade.

Texto Bíblico:

“ Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2 aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.” (Cl.1.1-2).

Exposição Bíblica.

O apóstolo Paulo começa esta carta da forma mais convencional possível que nós conhecemos em todas as suas epístolas. Ele nesta saudação evidencia o seu nome; isto por si só é suficiente para destruir todas as ideias que questionam a autoria de Paulo sobre esta carta; ele de fato escreveu a epístola que temos diante de nós.
Mas, é bom que se diga que esta igreja não foi fundada por Paulo, todavia, ela busca a jurisdição apostólica de Paulo, embora esta comunidade nunca tenha visto o apóstolo pessoalmente. Tendo estas informações fica-nos claro a próxima sentença:

Vs. 1 - Apóstolo de Cristo Jesus - “apóstolos Christou Iesou” no grego – O que é um apóstolo? A palavra no grego carrega um sentido lato e outro estrito; pode significar “todo o crente que leva a mensagem do evangelho de Deus”, ou pode significar aquele que foi testemunha ocular dos sofrimentos de Cristo e de sua ressurreição.” Paulo agora dirige-se aos crentes dizendo que ele é de fato um apóstolo no sentido estrito do termo. Ele de fato foi vocacionado para ser o mensageiro do evangelho, mas sua autoridade estava fundamenta no testemunho ocular que ele tivera do Cristo ressurreto.
A expressão de “de Cristo Jesus” evoca o senhorio de Cristo sobre a vida do apóstolo, pois, como mensageiro ele deve de fato deveria reproduzir e anunciar as palavra de Cristo Jesus à igreja que ali estava estabelecida; não pode haver de fato mensageiros em relação ao Evangelho sem que não se submeta ao senhorio de Cristo. Ele é senhor e nós lhe pertencemos por criação e por redenção, Paulo vai nos mostra isso de maneira surpreendente nesta epístola; pois, em Cristo “tudo subiste” e estamos no seu reino (1.13 – fomos transportados das trevas para reino de Cristo); então, o senhorio de Cristo é ressaltado aqui na saudação paulina à igreja dos Colossenses.
Algumas verdades se desprendem aqui diante de nós. A busca da verdadeira unidade cristã não pode estar baseada no que pensamos ou achamos do cristianismo; alguém pode dizer: fulano pensa de tal forma – equivocada a respeito da cruz – mas ele é um cristão! Queridos para se ter uma autêntica unidade não se pode pensar menos de Cristo Jesus. Ele de ser visto como
1 – Senhor da Igreja – “mensageiro de Cristo” é isso que o apóstolo nos diz, pois, para manifestar de fato unidade na Igreja não posso criar a minha mensagem, mas preciso reproduzir repassar e ensinar a mensagem que não me pertence – a mensagem de Cristo! Este é o ponto aqui.
2 – Cristo é governador de nossas ações: ele não só ordena o que devemos fazer, mas governa tudo conforme vamos fazer. Cristo é tudo! Queridos se a cruz de Cristo não for contemplada como sendo a manifestação plena de sua soberania sobre o pecado; então, o que nos resta? Cristo na cruz está anulando o escrito de dívidas (Cl.2.15) que era contra nós! Se a cruz não salva realmente ninguém, como propõe o sistema arminiano, então que Cristianismo temos? Cristo é senhor até na cruz! Pois, ali nasceu a mensagem poderosa do Cristianismo.
Mas, Paulo não termina por ai a sua saudação ele continua dizendo :
“pela vontade de Deus” – dia thelematos Theou – Paulo agora mostra aos seus leitores a origem de sua vocação. Onde nasceu a vocação do apóstolo? Vimos que a sua mensagem nasce na cruz de Cristo, por isso, ele é mensageiro de Cristo Jesus, mas agora temos a questão de sua vocação apostólica. O centro da vocação é a vontade de Deus.
Ele não se intrometeu no mistério por sua própria vontade – mas pela vontade de Deus – algumas coisas se nos apresenta aqui:
1. Paulo é apóstolo porque a Soberania de Deus assim determinou: Paulo mostra que apesar de os seus leitores não o terem conhecido pessoalmente; ele era o que era pela vontade Soberana de Deus; o conforto de Paulo estava nesta firme verdade. A busca pela unidade dentro da Igreja deve visar a compreensão de que tudo nasce pela vontade de Deus. Ou seja, cada pessoa dentro da comunidade da fé deve crer e aceitar que a vontade soberana de Deus governa tudo e todos.
2. Paulo sabia que esta vontade de Deus é santa e boa: Quando Paulo se nomeia como apóstolo trazido à existência pela vontade de Deus está pressuposto que esta vontade de Deus é santa; ora, um Deus santo separa homens para anunciar a sua palavra os pecadores, um Deus dá a Lei para que a guardemos. Então, nada que não seja santo brota desta vontade soberana de Deus; em segundo lugar, está pressuposto que ela é uma vontade boa – embora tudo seja decretado por esta vontade soberana de Deus, devemos vê-la como sendo boa e agradável. Pois tudo glorifica a ele.

e o irmão Timóteo – Quem é Timóteo nesta sentença? Alguns sugerem que ele também era uma apóstolo; no sentido lato sim ele era um apóstolo pois anunciava a mensagem de Cristo, mas aqui não há dúvidas Timóteo é citado em lugar distinto, a ele não lhe conferido o título de apóstolo, mas de irmão! Note que coisa graciosa temos aqui Paulo chama o seu auxiliar de Irmão que grande lição de unidade! Timóteo poderia querer reclamar os títulos aplicados a Paulo, mas ele se mostra como de fato deve ser em Cristo um irmão. Também vemos como o apóstolo nos apresenta que não deve haver o desejo de hierarquia eclesiástica dentro da igreja de Cristo.
Todos nós sabemos que as divisões começam por esse caminho. A busca de títulos e de cargos dentro da igreja. Nós sabemos que Timóteo era presbítero ( pastor) na Igreja de Éfeso e que poderia muito bem evocar este título para ser colocado na saudação da carta em apreço, mas ele dignifica o Cristianismo ao deixar ser identificado como adelfos = irmão.
A verdadeira unidade é manifestada quando deixamos de lado os nossos títulos, os nossos sobrenomes e os nossos cargos para deixar fluir entre cada um de nós o desejo e o reconhecimento legítimo de que somos todos nós irmãos em Cristo Jesus.

Vs.2 - 2 aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.” (Cl.1.1-2).

Agora Paulo começa a aprofundar-se na questão sobre a verdadeira unidade dentro da Igreja. Ele começa apresentando algumas qualidades fundamentais que manifestam de fato a verdadeira busca pela unidade cristã.

aos santos – Paulo diz que estes crentes são “santos” isto implica dizer que são separados. Paulo não pensa duas vezes, ele diz que a verdadeira unidade dentro da Igreja não é a busca pelo sincretismo religioso, mas uma vida de santidade! Ser separado do erro, pois, os erros doutrinários leva a erros éticos e morais. Paulo qualifica estes crentes como sendo santos. O termo grego “hagioi” significa separado de; e consagrado para. Os crentes foram separados do mundo e de suas vãs filosofias; e consagrados para Deus. São dedicados a Deus. O mundo é marcado por pecado e cristão pela busca de santidade.

E fiéis irmãos - A Segunda característica do cristão, segundo Paulo, é que eles são dignos de confiança e são leais. O que está implícito aqui queridos? Está implico a responsabilidade do cristão em lutar contra o sincretismo religioso. Ora, nós somos leais ao evangelho de Cristo? O evangelho que não pode ser misturado com elementos humanos. E se estamos vendo que o evangelho está sendo misturado por elementos humanos devemos nos levantar contra tais promotores de um evangelho que não é o Evangelho de Cristo Jesus conforme revelado nas Escrituras devemos nos opor contra isso. A nossa luta deve ser pela pureza do Evangelho é nossa natureza que reclama isso, é por sermos o que somos que devemos agir assim, não podemos sacrificar o evangelho e a sua mensagem por causa de uma falsa unidade. A verdadeira unidade reclama por homens e mulheres fiéis que combatam tudo que vise ofuscar a glória de Cristo! Aqui está a nossa tarefa sermos de fato “fiéis irmãos” guardiões da verdade de Deus revelada no evangelho.
Mas surge-nos uma pergunta: onde somos santos e fiéis? Alguém poderia responder que na Igreja. Ou mesmos no desejo de vontade e disposição para fazê-lo e sê-lo. Não. O Evangelho toda glória de nós e de nossos esforços humanos e falhos e o coloca de fato onde ele deve estar. Nós somos santos e fiéis somente, e apenas, em Cristo Jesus.
Você não é fiel ao Evangelho simplesmente porque você quer ou porque tem um bom argumento; porque é um bom apologeta. Não! É Por causa de Cristo. Em Cristo somos santos, pois, ele se tornou da parte de Deus a nossa real santificação. Cristo é o centro de nossa vida Cristo. Nós não nos matemos fiéis as Antigas Doutrinas da Graça porque temos um liderança fiel ou porque lemos livros que falam destas doutrinas, mas porque Deus e somente Deus em Cristo nos tem mantido perseverantes.
Se o nosso Cristianismo dependesse da nossa santidade pessoal para continuar existindo já teria sucumbido junto com outras religiões, mas não sucumbiu porque Cristo é centro do Cristianismo.
Aqui o apóstolo quer relembrar os seus leitores que a vida santa e a fidelidade que o Cristianismo manifesta só é possível quando se estar em Cristo Jesus. Mas qual é a implicação disto? É que se não se estar em Cristo o homem ainda continua em seus pecados, perdido arruinado em miséria e em perdição total. Sem Cristo o homem não é digno de confiança, não se pode confiar em um homem que não está alicerçado em Cristo! O ímpio é alguém que não merece crédito, pois, não tem um coração regenerado pelo Evangelho e pelo Espírito Santo.
Paulo localiza onde estes “santos e fiéis irmãos em Cristo” estão: “em Colossos” é uma pequena sentença mas tem muito a nos dizer. Onde aqueles crentes deveriam manifestar uma vida santa e fiel? Em sua cidade. O Cristianismo não fica trancafiado em quatro paredes ele sai dos seus limites para conquistar os corações dos homens. Primeiro pela sua vida – uma vida santa, reta diante de Deus; e segundo, com a defesa de sua fé – pois, são tratados com fiéis em cristo, ou leais em Cristo; esta é a tarefa da Igreja. Manifestar santidade no local onde ela se encotra. Aqui não se fala de isolar-se ser uma igreja que não se envolve com na sociedade; o cristianismo conqueista a cultuara para Cristo, nós não precisamos criar uma cultura, um linguajar nosso, um música nossa – gospel ou evangélica – nós precisamos nos envolver onde nós estamos valendo-se do nosso testemunho de vida e de voz! Este é o ensino de Paulo aqui. A Igreja estava em Colossos manifestar santidade e fidelidade em um mundo onde a moralidade era baixa, onde a fidelidade era questionada! Não é diferente em nossos dias.
graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.”-
Agora chegamos a parte final da saudação do apóstolo o apóstolo encerra esta saudação mostrando de forma maravilhosa a unidade que a igreja deve buscar. Ele apresenta uma saudação que indica e ordena a unidade dentro da Igreja. A graça um saudação comum dada no mundo gentílico e a paz saudação comum entre os judeus; todavia, o conceito de ambos os termos ultrapassam esta definição.
O termo “graça” (charis) indica favor imerecido. A unidade da Igreja deve fundamentar-se somente na graça de Deus que os congregou para desfrutar da alegria e da graça da redenção trazida por Cristo Jesus sem méritos humanos, o estar unidos aqueles que antes eram inimigos de Deus e uns dos outros, de fato, é fruto da graça redentora de Deus.
O termo “paz”(eirenê) conforme temos aqui diante de nós reproduz o sentido de shalom no hebraico, originalmente significa “ficar intacto” , “não ser quebrado” a paz é o vinculo fundamental para manter a unidade dentro da igreja de Cristo. Não há unidade se todos vivermos degladiando-se uns com os outros dentro da Igreja; ou mesmo tentado aceitar ideias contrárias aquilo que a Bíblia ensina.
Onde nasce esta graça e esta paz? Ou melhor de onde procede tal graça e tal paz? Paulo reponde de Deus que é pai. Deus é apresentado aqui porque quer ver a sua igreja de fato unida como filhos amados.

Conclusão: Vivemos em um mundo que quer nos obrigar a abrirmos mãos de nossas crenças para que assim façamos uma aceitação de toda e qualquer doutrina ou comportamento moral e éticos contrários a palavra de Deus; e muitos se iludem buscando este caminho como se fossa a melhor saída, na verdade a única saída é aceitando os termos de unidade apresentadas nas Escrituras tendo Cristo como centro de todo o nosso Cristianismo.

A IMPORTÂNCIA DE SE PREGAR O EVANGELHO DE DEUS.

A IMPORTÂNCIA DE SE PREGAR O EVANGELHO DE DEUS.
Romanos 1.16-17.
Por: João Ricardo Ferreira de França[1]
Introdução: Os versículos de 1-15 nós temos a introdução desta epístola; o apóstolo apresta-se como tal e desenvolve toda a sua tônica sobre o que irá tratar. A introdução desta magnifica carta é altamente teológica, há pessoas que dizem que se todos os livros da Bíblia fossem destruídos, mas nos restasse apenas a carta de Romanos ainda assim teríamos o evangelho de forma clara e cristalina. É verdade, não há como ler esta carta sem vê nela o evangelho da graça soberana de Deus.
O tema ou a tese principal do apóstolo se encontra nestes dois gritantes versículos – Primazia do Evangelho de Deus. Este é o tema da carta. Por que Pregar o Evangelho? Aqui o apóstolo nos apresenta de forma bela a suficiência do evangelho de Deus. Como ele faz isso. Ele começa com termos negativos “Não me envergonho do evangelho...” haveria algum motivo para isto em Paulo? A resposta é que tanto os judeus quanto gregos ambos desprezavam o evangelho de Deus, mas Paulo não se envergonha deste evangelho. E por causa disto, por suficiente, este evangelho deveria ser proclamado. A pergunta é: Por que o evangelho deve ser proclamado?
I – O evangelho deve ser proclamado porque ele não é motivo de vergonha para o cristão. (vs.16a)
Observem como Paulo começa o seu texto “Pois não me envergonho do evangelho,”o verbo grego “envergonhar” epaischynomai está no modo indicativo e no tempo presente, ou seja, ele não tinha uma atitude de estar se envergonhando do evangelho – não era algo habitual – ele jamais se envergonhava, pois, o modo indicativo nos leva a essa consideração. Mas do que ele não se envergonha? “do evangelho” - (tò euangelion). O que isto significa? Significa que ele não se envergonha da mensagem, pois, o evangelho é a própria mensagem de Deus ao homem. O que é o evangelho? A palavra carrega o sentido de boa notícia, você se envergonharia de dar uma boa notícia? A pregação do evangelho é a boa notícia. Não produzida pelos homens, pois, Paulo nos ensina que o evangelho tem sua origem em Deus; e a notícia de Deus ao homem. São boas novas, não pode haver vergonha no anuncio do evangelho de Deus ao mundo. Mas o evangelho é a manifestação da graça soberana de Deus aos homens, pois, é a única mensagem que pode comunicar salvação aos pecadores; a igreja tem essa mensagem e precisa anunciá-la e não deve inibir-se. Note não é qualquer mensagem que anunciamos, mas é a boa notícia que Deus nos deu para anunciarmos aos homens, “paz na terra boa-vontade para com os homens” este é o sentido do evangelho, este evangelho é a mensagem sobre o amor de Deus sobre os pecadores. Aqui está um bom estímulo para a evangelização é que a mensagem da Igreja vem de Deus. Você não precisa falar as suas palavras, mas precisa apenas falar o evangelho de Deus.
II – Paulo também nos apresenta o motivo para não se envergonhar do evangelho.(vs.16.b)
Qual o motivo leva a Paulo não se envergonhar do Evangelho? Por que não devemos nos envergonhar do Evangelho? Paulo nos diz: “porque é o poder de Deus para a salvação” a razão é que este evangelho que a igreja recebeu de Deus para proclamar é o próprio poder de Deus para a salvação. Deus salva através da mensagem do evangelho. Este é um fato imperativo nas Escrituras (1Co.1.21 – aprouve a Deus salvar os crêem pela loucura da pregação). Qual é a implicação disto queridos? É que o próprio evangelho é o poder de Deus, não se prega o evangelho com poder, mas o evangelho é o poder para salvar, não preciso do apelo – quem quer aceitar Jesus para Ter a salvação – mas apenas o proclamar o evangelho é o poder de Deus para manifestar a salvação aos pecadores.
O que significa “o poder de Deus”? O que Paulo quer dizer com isso? Não posso entender de outro modo senão que refere-se ao “poder que pertence a Deus” .- isto humilha os pregadores! Nós não convertemos ninguém pela nossa oratória, por nossa impostação de voz, mas é apenas o poder de Deus que salva os pecadores. O termo grego aqui é “dynamis” este substantivo indica o mover dinâmico de Deus no evangelho – ou seja, há vida sendo conferida no evangelho que vem de Deus. Este poder de Deus é caracterizado como um dos atributos de Deus, isto significa que este evangelho é o da onipotência divina operando a salvação. Alguns dizem que o nosso Deus é muito pequeno em relação ao que é apresentado na mídia, pois, o da mídia faz milagres de forma poderosa, mas o nosso nada faz. Tolice! Quão pobre é esta concepção do poder de Deus. Irmãos saibam de uma coisa quando o evangelho é pregado as tumbas são abertas e os mortos são trazidos à vida, a onipotência de Deus traz vida eterna a um pecador perdido – se isto não é o poder de Deus, então o que é? – O evangelho é o poder de Deus! O simples fato de Ter uma alma redimida e rendida aos pés de Cristo é a evidência crucial de que o poder de Deus operou eficazmente na vida do pecador.
Paulo nos diz que o evangelho é poder “para a salvação”. Como devemos entender o termo “salvação”? O termo grego soterian- deve ser entendido como aquela salvação que nos livra da morte e do pecado, e nos introduz na justiça e na vida. Ou seja, pelo evangelho que é o poder de Deus para a nossa salvação somos tirados do “império das trevas e transportados para o reino do filho de seu amor” (col.1.13)
Mas, outra questão crucial se levanta sobre este texto: O poder salvador do evangelho é destinado a todos? A resposta é negativa. O apóstolo nos informa que o “evangelho é o poder para salvação” não de todos os homens, mas do “todo aquele que crê”- panti tôn pisteuonti – o verbo “crer” no texto grego é um particípio presente – o particípio indica uma ação passada e o presente indica continuidade – ou seja, o texto poderia ser traduzindo assim, “o evangelho é poder de Deus para a salvação do todo o que creu e continua crendo” – ou seja, os eleitos de Deus que em um dado momento creu na mensagem, mas que continua crendo no evangelho. O que estas palavras nos informam. Nos informam que a salvação nunca se torna uma realidade à parte da fé, portanto, a salvação sobre a qual Paulo irá discorrer nesta carta de Romanos não possui realidade, validade ou significado independente da fé. Então, qual é a tese do versículo 16? A tese é a seguinte: O poder de Deus que opera a salvação, por intermédio da fé, é fruto do evangelho da graça de Deus. Sem o evangelho não existe a fé – “a fé vem pela pregação”(Romanos 10.17). Esta salvação é proclamada pelo evangelho, que, na qualidade de mensagem, é a concretização do poder de Deus.
Quando Paulo diz que o evangelho visa à salvação de todo “aquele que crê” anula toda e qualquer particularidade nacionalista, racista; ou seja, tanto Judeu quanto grego podem participar desta salvação, sendo homem ou mulher pode haver salvação para os homens de todas a raças, tribos e cor. Ou seja, a mensagem do evangelho é universal – embora a salvação seja eletiva – mas o anuncio deve ser universal. O evangelho não é um convite para que os homens se arrependam dos seus pecados, é uma ordem de Deus que não deve ser negligênciada é uma notícia da mais alta importância e urgência – pecadores vocês devem crer na mensagem do evangelho de Deus!
III – O evangelho deve ser proclamado porque por meio dele a Justiça de Deus se revelada. (vs17)
Paulo agora passa a nos apresentar a razão porque o evangelho é o poder de Deus para a salvação. A razão basilar é que a “justiça de Deus se revela no evangelho”. Olhando para o texto podemos extrair quatro ideias principais:
1) O poder de Deus – É Deus que opera tudo em todos.
2) A salvação é de Deus – É somente Deus quem salva pecadores.
3) A revelação de Deus – É no evangelho que Deus se mostra como salvador.
4) E a Justiça de Deus – É pelo evangelho que Deus se mostra como justo.
Todos estes conceitos são extraídos do Antigo Testamento, Paulo não está ensinando uma mensagem diferente. Mas, o que ele está querendo nos ensinar com a expressão “a justiça de Deus se revela”? Esta justiça não deve ser entendida como sendo a justiça que puni, pois, para Paulo a justiça de Deus age de maneira dinâmica e ativa sobre a situação pecaminosa do homem; o que ocorre não é meramente que a justiça divina torna-se conhecida, quanto ao seu caráter punitivo, mas mostra que esta justiça se revela eficácia salvadora. A justiça de Deus torna-se redentoramente ativa, na esfera do pecado e da ruína dos homens.
Em que consiste esta justiça de Deus? É uma justiça- de – Deus. Deus é o seu autor. É uma justiça que satisfaz a todos os requisitos da justiça divina; o que Paulo está nos dizendo? É que apenas no evangelho encontramos a realidade da justificação.
Irmãos, é aqui que encontramos a glória do evangelho de Deus: Ele é o poder de Deus operando para a salvação, a justiça de Deus ultrapassa o nosso pecado e a nossa ruína, então, é nosso dever ouvir o evangelho, atendê-lo em suas exigências, pois, é Deus quem se revela a nós por meio dele.
Aplicação:
1) Irmãos jamais devemos nos envergonhar de proclamar o evangelho de Deus.
2) Devemos compreender que o evangelho é o poder de Deus para a salvação dos pecadores, isso nos deve humilhar, pois, apenas Deus pode salvar os homens.
3) Devemos levar em consideração os ministros da Palavra quando anunciam o evangelho, pois, estão manifestando a graça de Deus aos homens pela pregação.

[1] O Autor é Membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atualmente é candidato ao Sagrado Ministério pelo Presbitério do Recife está concluindo sua graduação em Teologia no SPN. É fundador e lidera a Congregação presbiteriana em Prazeres – Jaboatão dos Guararapes – PE.

terça-feira, 21 de abril de 2009

TEOLOGIA BÍBLICA - UMA DESCRIÇÃO

IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA DE PRAZERES.
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA DO ANTIGO TESTAMENTO.
TEOLOGIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO
Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Contatos: 3475-7544 / 8684-6461
jrcalvino9@gmail.com / jrcalvino9@hotmail.com
TEOLOGIA BÍBLICA – UMA BREVE DESCRIÇÃO.[1]


Por: Richard L. Pratt, Jr.

Uma tendência influente que se afasta da Teologia Sistemática pode ser determinada como tendo suas origens no movimento da Teologia Bíblica da Segunda metade de século 20. Esse movimento começou fora dos círculos evangélicos, mas tem determinado de maneira significativa a forma como estudamos as narrativas do Antigo Testamento. No esboço a seguir, trataremos de dois importantes pontos de vista do movimento da Teologia Bíblica.

I – A TEOLOGIA BÍBLICA E A LEITURA VETEROTESTAMENTÁRIA DE FORMA HISTÓRICA.[2]

Em primeiro lugar, desde o seu início, a Teologia Bíblica esteve comprometida com a leitura das narrativas do Antigo Testamento por meio de um enfoque histórico. As qualidades históricas do Antigo Testamento já haviam sido reconhecidas ao longo dos séculos de diversas maneiras, mas a Teologia Bíblica realçou-as como nunca. A Teologia Bíblica moderna foi profundamente influenciada pelas perspectivas filosóficas de Hegel (1770-1831)[3], o qual acreditava que o progresso histórico trazia unidade para toda a criação. A história continha a chave para a compreensão de toda a realidade.[4]Dentro desse ponto de vista, os intérpretes procuraram não tanto as idéias teológicas abstratas, mas, sim desenvolvimentos históricos por trás do texto. O enfoque histórico foi modificado por diversas figuras importantes que viam a Bíblia como uma história redentora específica (Heilsgeschichte)[5]. No entanto, a atenção interpretativa ainda estava voltada para o desenvolvimento histórico. O caminho estava aberto para descartar o conceito escolástico da Bíblia como a fonte de doutrina e tratar as Escrituras antes de tudo como uma fonte para reconstruir a redenção progressiva da humanidade por Deus.[6]
A perspectiva histórico-redentora cresceu rapidamente na Europa depois da Primeira Guerra Mundial.[7]
De uma forma ou outra, muitas figuras proeminentes continuaram enfatizando a história da revelação.[8] Teólogos norte-americanos seguiram essa tendência, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial[9]

II – TEOLOGIA BÍBLICA E A ABORDAGEM HISTÓRICO-REDENTORA.

Muitos intérpretes críticos importantes do século 20 concentraram seus esforços na compreensão dos atos poderosos de Deus registrados na Bíblia.[10]
Em segundo lugar, a Teologia Bíblica partiu do pressuposto de que esse direcionamento histórico-redentor era de importância central para a própria Bíblia. A Teologia Sistemática tradicional derivou seus termos da filosofia aristotélica,[11]mas o direcionamento dinâmico e histórico da Teologia Bíblica foi considerado a essência dos texto bíblicos em si. Essa convicção, com freqüência estava associada a uma distinção entre a mentalidade grega e hebraica. De acordo com a descrição apresentada, os gregos viam o mundo em termos abstratos e estáticos, mas os povos do Oriente Médio pensavam em termos de história concreta. As palavras de Beegle representam esse ponto de vista típico: “Os hebreus e outros semitas não pensavam em termos filosóficos especulativos...A língua hebraica era uma língua de ação e o Deus dos hebreus era tido como Aquele que agia”[12]
Durante a década de 60, o movimento da Teologia Bíblica sofreu uma parada brusca por meio dos estudiosos críticos que levantaram questões contra o conceito de atividade divina na história.[13]Barr e Gilkey mostraram a incoerência dos teólogos falarem como se Deus de fato agisse na história enquanto explicaram a maioria desses registros em termos de ciências naturais. Como argumentou Gilkey, os teólogos bíblicos críticos tentaram “abraçar o mundo com as pernas”.[14]
Um outra objeção foi levantada contra o conceito da mentalidade hebraica. Em sua obra monumental Semantics of Biblical Languge [ Semântica da Linguagem Bíblica ], Barr demonstrou envidências lingüisticas não apoiavam uma distinção acentuada entre o pensamento oriental e ocidental.[15] Os povos do Ocidente Médio com freqüência pensavam tão abstratamente quanto os do Ocidente e os ocidentais com freqüência pensavam tão dinamicamente quanto os orientais. Essa revelação mostrou-se um golpe decisivo contra a Teologia Bíblica.[16]

III – GEERHARDUS VOS E A TEOLOGIA BÍBLICA.

Embora a Teologia Bíblica esteja praticamente obsoleta, ela continua a influenciar os evangélicos dos dias de hoje. A figura mais importante do segmento evangélico [reformado] do movimento foi o primeiro professor de Teologia Bíblica de Princeton, Geerhardus Vos (1862-1949). Sua obra Biblical Theology: Old and New Testaments [Teologia Bíblica: O Antigo e o Novo Testamentos] é uma das obras evangélicas mais influentes deste século sobre Hermenêutica bíblica do Antigo Testamento.[17]Em Vos, encontramos as duas tendências da Teologia Bíblica. Por um lado, sua preocupação central é com os atos redentores e reveladores de Deus. Ele dividiu a história do Antigo Testamento em cinco épocas: 1) A era pré-redentora; 2) o período de Noé e os acontecimentos que levaram a ele , 3) o período entre Noé e os grandes patriarcas, 4) o período mosaico e 5) o período profético. Depois, concentrou-se na forma e no conteúdo da revelação divina peculiares a cada era.
Por outro lado, Vos afirmava que a história redentora era a “própria estrutura reveladora” da Bíblia e a “coluna cervical da revelação”.[18] Seguindo a distinção feita por J.S.Gabler (1753-1826),[19]Vos argumentava que a Teologia Bíblica descrevia a Bíblia.[20]Não se impõe sobre a Bíblia uma abordagem histórico-redentora; tal abordagem vem da própria Bíblia. Vos advertiu contra levar essa ideia ao extremo.[21]No entanto, muitos dos seus seguidores foram além do ele havia dito, sugerindo que o direcionamento histórico da Teologia Bíblica representa o próprio padrão teológico da Bíblia. Em oposição aos termos lógicos da Teologia Sistemática, eles supõem que os termos históricos refletem a própria coerência interna da Bíblia.[22]

IV – A RELAÇÃO ENTRE A TEOLOGIA BÍBLICA E A TEOLOGIA SISTEMÁTICA.

Quando uma abordagem histórico-redentora é identificada de maneira tão próxima com os próprios “termos e formas de pensamento” da Bíblia,[23]surge uma questão séria quanto à relação entre interpretação e Teologia tradicional. A maioria dos teólogos evangélicos insiste que a Teologia Sistemática deve adotar as descobertas de uma abordagem histórica-redentora, mas raramente argumentam com igual vigor que as limitações lógicas da Teologia Sistemática devem refrear a análise histórico-redentora. Mencionam ocasionalmente a necessidade de ambas as abordagens, mas não dão ênfase à dependência mútua.[24] Em vez disso, os teólogos bíblicos normalmente tratam a relação como uma rua de mão única, dando à análise histórico-redentora prioridade sobre a análise teológico-sistmática.[25]
Durante várias décadas, essa ênfase unilateral não apresentou problemas sérios nos meios evangélicos. Ao que parece, as perspectivas teológicas tradicionais impediram os teólogos bíblicos de irem longe demais. No entanto, à medida que movimento ganhou ímpeto nas últimas décadas, os intérpretes bíblicos sentiram-se livres para ignorar cada vez mais a Teologia Sistemática. É comum encontrar teólogos bíblicos deixando de lado a relevância de questões da Teologia Sistemática para a interpretação de histórias do Antigo Testamento. “Os escritores bíblicos não estavam nos dando sistemas de doutrinas”, dizem. “Devemos procurar o enfoque histórico-rendentor, não um sistema abstrato de ideias.”
Para evitar esta tendência perigosa devemos, em primeiro lugar, reconhecer que a história redentora não é a preocupação central de várias partes do Antigo Testamento.[26] A literatura de Sabedoria – Jó, Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – por exemplo, tem muito pouco interesse na história redentora. Apesar de aparecer um ligação entre história, lei e sabedoria em estruturas pactuais,[27]o fato continua sendo que os livros de sabedoria praticamente não se dedicam a relatar a história redentora.
Além disso, como o próprio Vos observou, a Teologia Bíblica não reflete o princípio predominante de organização da Bíblia. A Teologia Bíblica usa um modelo histórico em vez de um modelo lógico, mas ainda assim reorganiza o Antigo Testamento.[28]A extensão desse novo arranjo pode ser vista ao constatarmos que as unidades básicas das Escrituras não são épocas históricas, mas sim, livros. Não encontramos o Antigo Testamento organizado como “Primeiro Capítulo da História”, “Segundo Capítulo da História” e assim por diante. Pelo contrário, ele é organizado em unidades literárias: Gênesis, Êxodo, Levítico...Trabalhando partir de uma estrutura literária histórico-redentora, Vos deduziu três épocas da história do Antigo Testamento a partir da primeira unidade da Bíblia, o livro de Gênesis.[29]Em seguida, prosseguiu incluindo quatro livros no período de Moisés e o resto dos livros do Antigo Testamento num único período profético. Esse tipo de análise dificilmente parece coincidir com o modelo de revelação dado nas Escrituras.
Além do mais, as várias maneiras como os teólogos evangélicos bíblicos dividem o Antigo Testamento em períodos nos leva a suspeitar que a Teologia Bíblica faz mais do que simplesmente descobrir as estruturas internas do texto. Há pouco concordância quanto à maneira como a história do Antigo Testamento deve ser considerada. Vos dividiu a história do Antigo Testamento e do Novo Testamento em sete períodos. Alguns seguem seu modelo,[30]mas outros se desviam consideravelmente dele.[31]
Com tantas disposições diferentes, podemos ver o quanto a Teologia Bíblica reorganiza a Bíblia.[32] A Teologia Bíblica segue um modelo que rearranja a Bíblia tanto quanto, senão mais, do que os modelos lógicos da Teologia tradicional.
O grande valor da abordagem histórico redentora é sua capacidade de nos ajudar a reavaliar o significado das narrativas do Antigo Testamento. É fácil ficarmos tão preocupados com as questões da Teologia Sistemática a ponto de deixarmos passar muito do que essas histórias ensinam. Nós as forçamos para dentro de nosso sistema teológico sem jamais observar como elas desafiam nossas ideias preconcebidas. De qualquer modo, devem ter cuidado para não cair no extremo de ignorar as questões da Teologia tradicional. Por meio de seus textos, os escritores das narrativas do Antigo Testamento deram aos seus leitores um sistema de crenças. Estavam preocupados com a padronização lógica das crenças bem como com a história da revelação.[33]Para entendermos suas histórias corretamente, devemos colocá-las dentro da estrutura de parâmetros lógicos bem como do desenvolvimento histórico.
Em decorrência disso, não devemos colocar nem a Teologia Bíblica e nem a Teologia Sistemática um acima da outra; é preciso que as posicionemos em pé de igualdade. As duas podem apresentar representações incorretas das Escrituras e ambas podem refletir os ensinamentos das Escrituras. Os dois pontos de vista são maneiras de se sintetizar o material, colocando-o em formatos úteis, cada um com o seus próprios pontos fortes e fracos. Ao aprendermos a empregar ambos os métodos, crescemos em nossa compreensão das narrativas do Antigo Testamento.

[1]Este estudo foi extraído do livro do PRATT JR, Richard L. Ele nos deu Histórias – Um guia completo para a interpretação de histórias do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 1 edição, 2004,pp.102-106.
[2] Os tópicos não pertencem ao texto de Pratt, mas são inseridos para facilitar o estudo da matéria.
[3] Apesar de ser possível traçar as origens do movimento moderno da Teologia Bíblica até o discurso de Gabler em Altdorf no ano de 1787, seu desenvolvimento foi grandemente influenciado pela filosofia de Hegel. Ver W.Kümmel, The New History of the Investigation of its Problems (traduzido por S.Gilmour e H.Kee; Nova York: Abingdon, 1972), 98,120,132; E.P.Clowney, Preaching and Biblical Theology (Grand Rapids: Eerdmans,1961),11; Interpreter’s Dictionary of the Bible s.v. “Biblical Criticism, History of”.
[4] Nas palavras de Hegel : “O espírito e o transcorrer de seu desenvolvimento são a verdadeira substância da história”. G.W.F. Hegel, Lectures of the Philosophical of World History (traduzido por H.B. Nisbet; Londres: New York, 1975), p 44.
[5] Dentre os estudiosos dessa escola estavam J.J.Beck (1804-1878) e E.W. Henstenberg (1802-1869). J. Bengel (1687-1752) normalmente é reconhecido como pai do movimento.
[6] G.E. Ladd, A Theology of The New Testament (Grand Rapids: Eardmans, 1974), p. 15-16.
[7] A maior realização foi a obra Theological Dictionary of the New Testament de Kittle. J. Barton, Reading the Old Testament (Fildélfia: Westminster, 1984), p.208-209.
[8] Childs, Biblical Theology in Crisis, p. 62.
[9] Childs, Biblical Theology in Crisis, p.21. ver as obras representativas em Essays on Old Testament Interpretation (org. por C.Westerman; Londeres: SCM,1963).
[10] Observe as obra seletivas desses teólogos bíblicos: G.Von Rad, Old Testament Theology (Teologia do Antigo Testamento – publicada no Brasil pela ASTE) [ traduzido por D.M.G Stalker, 2vols; Nova York: Harper na Row, 1962 [1972] e God at Work in Israel (Traduzido por J. Marks; Nashville: Abingdon, 1980); O.Cullmann, Christ and Time: The Primitive Christian Conception of Time and History (Traduzido por F.Filson; Filadélfia: Westminster, 1950), Salvation in History (Traduzido por S. Sowers: Nova York: Harper and Row, 1967); O.Piper, God in History (Nova York: Macmillan, 1939) e New Testament Interpretation of History (Princeton: Theological Book Agency, 1963); F. Filson , One Lord, One Faith (Filadélfia:Westminster, 1943), Jesus Christ: The Risen Lord (Nova York: Abingdon, 1956) e A New Testament History (Filadélfia:Westminster, 1964); J.W. Bowman, Prophetic Realism and the Gospel: A Preface to Biblical Theology(Filadélfia:Westminster, 1955) e Which Jesus? (Filadélfia:Westminster, 1970); G.E. Wright, The Book of Acts of God With R. Fuller ( Garden City: Doubleday,1960). Quando estava mais velho, Walter alterou sua posição e deslocou-se mais para a perspectiva de Eichrodt. Ver G.E. Wright, The Old Testament and Theology (Nova York: Harper and Row, 1967), p.61-67..
[11] Os termos que estruturam a Teologia Sistemática foram moldados pela filosofia aristotélica em grande parte pela influência da obra de Tomás de Aquino, Summa Theologica. Para um estudo corrente, ver W.T. Jones, The Medieval Mind (2ª ed., Nova York: Harcourt, Brace, Jovanovich, 1969), p. 211-212.
[12] D.M. Beegle, Moses the Servant of Yahweh (Grand Rapids: Eerdmans, 1972), p.69, conforme Barr resume o ponto de vista bíblico: “A abordagem dinâmica das realidades hebraicas é expressa em seu interesse pela História. Seu Deus é caracteristicamente um Deus que age na História e essas atos históricos são o cerne da tradição religiosa de Israel”. J. Barr, Semantics of Biblical Language (Londres: Oxford University, 1961), p. 11.
[13] Ver J. Barr, “Revelation Throught History in the Old Testament and Modern Theology”, The Princeton Seminary Bulletin, 56 (1963), p.4-14. L. Gilkey, “Cosmology, Ontology, and the Travail of Biblical Language”, Journal of Religion 41(1961) p.194-205.
[14] Gilkey, “Cosmology, Ontology”, 199.
[15] Barr, Semantics of Biblical Languge, p.263-296.
[16] Barr, Semantics of Biblical Languge, p. 202-262. Ver G. Hase para um breve resumo do movimento crítico da Teologia Bíblica, Evangelical Dictionary of Theology (org. por W. Elwell, Grand Rapids: Baker, 1984) s.v. “Biblical Theology Movement”.
[17] G. Vos, Biblical Theology Biblical Theology: Old and New Testaments (Grand Rapids: Eerdmans, 1948). Para a Bibliografia mais completa das obras de Vos, ver “A Bibliography of the Writings of Geehardus Vos (1862-1949)”, compilado por J.T. Denison, Jr. Westminster Theological Journal 38 (1976), p.350-67.
[18] Ver Vos, Biblical Theology, p.17-18.
[19] Para um bom resumo das ideias de Gabler, ver H.Boers, What is New Testament Theology?(Filadélfia: Fortress, 1979), p.23-38.
[20] De acordo com Vos, “Gabler percebeu corretamente que a diferença específica da Teologia Bíblica encontra-se em seu princípio histórico de estudo” Vos, Biblical Theology Biblical p.9. Essa ênfase sobre o elemento histórico é fundamental para sua própria descrição da Teologia Bíblica como “o estudo das verdadeiras revelações próprias de Deus no tempo e no espaço que encontram-se por trás até mesmo da primeira tentativa de escrever qualquer documento bíblico e que, durante muito tempo, continuaram a ocupar um posição paralela ao registro do material revelado”(p.5). Assim, ele define a Teologia Bíblica como “o ramo da teologia exegética que trata do processo de revelação própria de Deus depositada na Bíblia”(p.5); ver também pp.3-11; G. Vos, Redemptive History and Biblical Interpretation (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed, 1980), p.15.
[21] Ver, Vos, Biblical Theology, p. 15-16
[22] Hasel fez uma colocação ousada: “O teólogo bíblico deriva seus termos, assuntos, temas e conceitos do próprio texto bíblico”. Hasel, Old Testament Theology, p. 101-103, p.130. ver também J. Murray, ‘Systematic Theology II”, Westminster Theological Journal 26 (1963), p.43 e R.B.Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, Westminster Theological Journal 38 (1975-1976), p. 294.
[23] Ladd, A Theology of the New Testament, p. 25.
[24] Por exemplo, Clowney, Preaching and Biblical Theology”, p.16 e Gaffub, “Systematic Theology ande Biblical Theology”, p.294-295.
[25] Ver Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, p. 293-294
[26] Ver Barr, “Revelation through History in the Old Testament and in Modern Theology”, p. 6-7.
[27] Kline, Structure of Biblical Autority, p. 47.
[28] Vos afirma: “Não há diferença no sentido de que uma estaria mais intimamente ligada às Escrituras do que a outra. Quanto a isso, são absolutamente idênticas. A diferença também não se encontra em que uma transforma o material bíblico enquanto outra o deixa intocado. Ambas fazem igualmente com que a verdade depositada na Bíblia passe por uma transformação: mas a diferença surge do fato de que os princípios pelos quais é realizada a transformação são diferentes. Na Teologia Bíblica o princípio é histórico; na Teologia Sistemática, é de construção lógica”. Vos, Biblical Theology, p.15-16.
[29] Ver Murray, “Systematic Theology II”, p. 43-44, n. 23.
[30] Robertson, por exemplo, desenvolve os setes períodos da história da redenção baseado nas alianças espirituais. Ver. O.P.Robertson, The Christ of the Covenants (Grand Rapids: Baker, 1980), p. 62-63.
[31] Ver, W.C.Kaiser, Toward na Old Testament Theology (Grande Rapids: Zordevan, 1978), p.41-54; W. A. Vangemeren, The Progress of of Redemption (Grande Rapids: Zordevan, 1988), p.33.
[32] Murray argumentou que “A Bíblia em si tem consciência do períodos distintos nos quais a história da revelação se encaixa. Apesar da possibilidade de haver uma subdivisão mais detalhada dentro de certos períodos...”. Murray, “Systematic Theology II”, p. 43. No entanto, as variações entre os diferentes teólogos bíblicos sugerem que essa divisão pode não ser tão óbvia.
[33] Ver Frame, Knowledge of God, 251-254.

sábado, 28 de março de 2009


CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA

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Seminarista João Ricardo F. França – 0818684-6461.
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UMA PALAVRA AOS NÃO-CONVERTIDOS.
Queridos amigos, observem que em Romanos 10.13 o caminho da salvação é apresentado em termos claríssimos: “.Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Me recordo que vivi esse versículo durante vários meses. Eu anelava por salvação; não conseguia perceber que havia esperança para mim. Pensava que teria de ser lançado fora, que era pecador demais ou intensamente duro de coração, ou muito isso e aquilo, de modo que outros poderiam ser salvos, mas eu não. Porém, quando li este versículo, fiz o que lhes peço que façam, eu me agarrei avidamente a esta verdade; ela parecia uma corda sendo atirada a um homem que se afogava. Ela se tornou meu salva-vidas: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. “Ah!”, pensei eu, “.clamo por esse bendito nome, clamarei por esse glorioso nome; se eu perecer, jamais cessarei de invocar este nome sagrado.” Invocar o nome de Deus e consequentemente clamar por Ele, é isto que salva a alma.
Mas preciso levá-lo a considerar essas palavras em mais detalhes. Existe neste versículo, em primeiro lugar, uma palavra abrangente, muitíssimo abrangente: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo? “Todo” - já ouvi que, um homem ao fazer seu testamento, se quer deixar tudo o que possui somente para uma pessoa, digamos sua esposa, se ele apenas o externar, esta é a melhor coisa que ele pode fazer; contudo, é melhor que ele não entre em detalhes e comece a alistar o que está deixando, visto que provavelmente acabará deixando alguma coisa de fora. Ora, a fim de tornar essa vontade bem clara, Deus não entra em qualquer detalhe. Ele apenas diz “todo”. Isto significa o homem negro, o pele vermelha, o amarelo e o branco. Significa o homem rico, o pobre e o que ainda não é um homem - todos, de toda a espécie, de espécie nenhuma ou de todas as espécies juntas. “Todo”, - isto inclui a mim, eu tenho certeza; mas tenho igual certeza de que inclui você, que não leu esse artigo antes. É melhor que seja assim, sem detalhes; pois, em caso contrário, alguém poderia ser deixado fora. Freqüentemente penso que, se lesse nas Escrituras: “Se Charles Haddon Spurgeon invocar o nome do Senhor, será salvo”, não me sentiria tão convicto da salvação quanto me sinto agora, pois teria concluído que talvez houvesse outra pessoa com este nome (provavelmente existe) e eu teria dito:
“Certamente isso não se refere à minha pessoa”; mas, quando o Senhor diz: “Todo”, não posso estar fora desse grupo. É uma rede grandiosa que parece englobar todos os homens. “Todo”- se eu invocar o nome do Senhor, se você e, também, o homem moribundo que mora aqui perto clamarmos pelo nome do Senhor, todos seremos salvos. “Todo” - que palavra ampla!
Em seguida, que palavra fácil encontramos no texto! – “Todo aquele que invocar o nome do Senhor”. Qualquer um pode invocar o nome do Senhor. Todos compreendem o que significa “olá!” Você ainda não usou uma expressão como essa? E, se já esteve angustiado ou em perigo, você não chegou a gritar: “Socorro, socorro, socorro”? Muito bem, aquele que pode clamar assim clame também ao Senhor, invoque sua ajuda, clame por sua misericórdia, anele por sua compaixão. Se esta pessoa o faz crendo, como nós demonstraremos a você, confiando que Deus ouvirá, ela será salva. Por tanto, não há dificuldade neste versículo que exija um doutor em teologia para explicá-lo; a verdade é apresentada claramente em palavras simples: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo”. Esta verdade é tão clara quanto o dia. Oh! Se você pudesse enxergá-la e começasse a invocar o nome do Senhor, através de uma oração fervorosa!
Mas há outra palavra neste versículo, uma palavra segura:
“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Não existe qualquer “se” ou “talvez”,, mas um glorioso “será”. O nosso “será” é insignificante, inconsistente; o “será” de Deus é tão firme quanto as montanhas eternas. “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, tão certo quanto existe um Deus. O Senhor não cometeu nenhum erro; Ele não revogará sua declaração, porque mudou de idéia. “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Oh! Que muitos invoquem o nome dEle e encontrem salvação imediata, que perdurará por toda a vida e pela eternidade, pois, “será salvo” envolve um longo tempo, inclusive os tempos eternos que estão por vir.
C.H.SPURGEON
Texto extraído da revista “Fé para Hoje” volume 2