ESTUDANDO A PALAVRA

ESTUDANDO A PALAVRA

quarta-feira, 17 de março de 2010

EPISTEMOLOGIA REFORMADA - APOLOGÉTICA CRISTÃ.

PELO AVESSO (MÚSICA DOS TITÃS)


Prof. João Ricardo Ferreira de França

Recentemente recebi uma mensagem que dizia que a música dos Titãs - Pelo Avesso. Era por de mais diabólica e que tinha uma dose de influência maligna (do ponto de vista espiritual) sobre a sociendade, posto aqui a minha resposta a esta mensagem:

Bem, a música não é uma invocação ao demônio, mas sim o reflexo do nosso tempo. Um homem que está abaixo da linha do desespero (favor ler o livro O Deus que Intervén do Frrancis A.Shaefer- editora Cultura Cristã), ou seja, o homem pós-moderno vive em total desespero e sem perspectiva em ralação ao futuro, nega-se a existência de padrões, e isso, é bem retratado na música em questão.

É mais um grito de socorro e a igreja continua calada sem saber como socorrer essas pessoas. Tenta apresentar um evangelho muito simplista - e não o Evangelho de Jesus Cristo que confrota a morte da razão desse homem (Leia o livro A Morte da Razão da Francis A.Shaefer- editora cultura cristã) e que não revela que a crise está na negação de absolutos e universais que geram coesão e significado a existência humana (Leia o livro O Deus que se Revela do Francis A. Shaefer - editora cultura cristã).

É necessário os crentes compreenderem que esta múisca nega a necessidade da verdade absoluta (Leia o livro A Verdade Absoluta da Nancy Pearcy - Publicado pela CPAD) - por isso, a música evoca um anarquismo (vamos deixar que entrem e ivadam o seu lar) a primeira estrofe fala do anarquismo do ponto de vista politico e social; o refrão fala da falta de perspectiva e certeza quanto ao futuro (quero o mesmo inferno, a mesma cela de prisão - a falta de futuro) este é o grito do jovem de nossos dias, na segunda estrofe ele repete o conceito anárquico do ponto de vista social e politico, mas adita o conceito da falta do direito a sociedade privada quando não se tem absolutos que regem e vida (Vamos deixar que entrem Que invadam o meu quintal Que sujem a casa E rasguem as roupas no varal Vamos pedir que quebrem Sua sala de jantar Que quebrem os móveis E queimem tudo o que restar) então ele volta a falar no refrão como uma tônica de desespero - alguém que pede ajuda.

Na terceira estrofe vem o conceito do relativismo (não existe verdade e nem certeza) ouseja, o problema começa pela epistemologia (o que conhecemos e como conhecemos) ele diz: "vamos deixar que entrem Como uma interrogação" - ou seja, qual interrogação? A verdade existe? Vc está certo disso? Essa é pergunta que se levanta na nossa época pós-moderna.

Ele acrescenta um fato interessante ao dizer como as crianças são tratadas neste mundo ( Até os inocentes aqui já não tem perdão) eles não respeitam mais a vida, o aborto é visto como natural.e são punidas com a morte sem perdão, porque aceitaram a ideia de que padrão absoluto que rege a vida não existe, então não veem satisfação. E na última estrofe encontramos pontos do relativismo moral (vamos deixar que entrem e sentem sem pedir licença) isso implica em moralidade. O se comportar dignamente não faz mais parte do cotidiano das pessoas de nosso tempo. E, então o autor da música termina com o mesmo grito de desespero: em suma esse grito diz - sem futuro e sem perspectiva tudo é um inferno!

A esperança que o mundo precisa encontra-se no verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo que é a Verdade Absoluta, onde ensina que nós crentes somos por natureza uma antítese fundamental - somos diferentes do mundo, mas não alienados dele; por isso, digo que a música reflete bem o que a nossa época pensa, e não, necessariamente uma influência demônica como se pensa. Espero que tenha lhe ajudado, e se possível repasse este meu e-mail aos demais amigos, e ainda estou aberto a qualquer diálogo teológico sobre o assunto da epistemologia cristã e da sua pressuposição básica - A Verdade Existe ela está revelada no Evangelho de Deus, porque Deus é a nossa Verdade Absoluta! Um abraço!



14 comentários:

UPA - Boa Viagem disse...

Muito boa, sua explanação.
Deus o abençoe

Unknown disse...

é verdade, as pessoas costumam ver tudo de forma espiritual no sentido de atribuir a Deus ou ao diabo, o famoso dualismo, e esquecem do pecaminosidade do homem que o deixa assim como diz a música, sem rumo, sem resposta para tanta falta de padrões, e nós que temos a resposta que é Cristo, o padrão absoluto de tudo que é bom, nos calamos e deixamos as pessoas sem resposta, no desespero. Espero que deixemos de jogar nossa parcela de culpa no diabo (o que é comum desde o Éden) e levemos a resposta a essas pessoas que precisam de Cristo. Muito bom esse texto João.

Amanda Melo disse...

A explanação abriu um novo orizonte para o referido texto, eu não tinha atentado para essa perspectiva de "desespero" pois a primeira coisa que chamou minha atenção foi "rebeldia", tive a impressão que o personagem do texto estava satisfeito e orgulhoso da situação. Foi muito bom ver uma outra interpretação pois pude aprofundar minhas perspectivas referente ao texto e também serviu de alerta para nossa omissão.

Anônimo disse...

De fato a música não é uma invocação e nem mesmo uma evocação ao diabo. No entanto, ela reflete a escravidão espiritual que o homem se encontra. Seja o desejo de permanecer como está e assim continuar vivendo a vida sem compromisso com Deus ou seja sem esperança quanto ao futuro, a pecaminosidade do homem é refletida. Uma pessoa cuja vida ainda não foi transformada pelo poder do evangelho pode ansiar viver de forma tão degradante e desesperançosa. Por outro lado, a música tem revelado a inaptidão da Igreja em cumprir com o seu propósito no mundo e sobre este ponto de vista, eu concordo com você, meu caro amigo João Ricardo.
Haja paz em ti!
Rev. Rogerio Mattos
I.P. ROÇADINHO - BA

Anônimo disse...

Gostei muito de refletir de outra maneira a cerca da música, pois temos o hábito de ler e-mails e simplesmente repassá-lo sem se preocupar em interpretá-los. Esse texto, com certeza, abre novos horizontes para nossos olhares a cerca do "desespero" que se encontram as pessoas no mundo que vivemos hoje. "Um grito de socorro" das pessoas que ainda não tem intimidade com Deus.E um alerta para que possamos buscar conhecimento na Palavra e levar esclarecimento a quem precisa de Cristo.
Deus o abençoe!

fabio disse...

realmente vendo por este lado vemos a decadência do homem sem Deus e a sua natureza pecaminosa, só agraça soberana de Deus p/ resgatar esta situação devastadora, é o quadro que esses personagens se enquadra, lovamos á Deus irmão joão pela sua vida por detequitaras verdades de deus nesta musica.

mané disse...

NESTE MUNDO PLURALISTA, A MINHA VERDADE É ABSOLUTA! João é esse tipo de teologia que nossas igrejas prescisa, uma teologgia pratica, que faça a comparação e ela, a teologia, sirva de medida para uma avaliação do nosso tempo. parabens João.

Anônimo disse...

Graça e paz meu querido irmão e professor!

Mesmo considerando esse seu enfoque piedoso é bastante óbvio que não é nenhum absurdo enxergar as coisas como elas são. Se começarmos a relativizar as coisas enxergaremos no preto todas as cores menos a sua real e concreta escuridão. A letra é absolutamente infeliz e embasada na mais absoluta escuridão espiritual, moral... e não encontramos nela o mais remoto apelo à luz, pelo contrário, mais parece uma voz de comando vinda de um general no fronte. Meu querido irmão e professor; tenho muito a aprender, isso é verdade, mas, bem sei que não existe nada novo abaixo do sol; o homem continua sendo o que é; infiel, e Deus continua sendo Deus fiel, que nos alcança, e nos revela, de forma geral ou especial, os seus decretos divinos, nos capacitando dia-a-dia a andarmos guiados pela sua luz e seu verbo, nos dando discernimento para, mediante o seu poder, soberania e misericórdia, a sua igreja alcançar quem quer que seja onde quer que esteja.

Que Deus seja sempre contigo!


Tony Pessoa

João Ricardo Ferreira de França disse...

Saudações cordiais a todos os que estão postando suas opiniões sobre o meu pequeno artigo. Alguns, esclarecimentos são por de mais necessários. Quanto falo sobre a problematização que a música focaliza não estou concordando com a tônica dela. Mas, o que observo é exatamente é que a letra toda é uma sequência de perguntas. Isso é notado na ultima estrofe. E o grito de desespero é claro na música, e sei que o relativizar da verdade tem dado força a música. E a igreja não tem voz para lidar com isso porque não conseguiu ainda percerber a necessidade de encarar este problema. A verdade foi relativizada! Precisamos do Evangelho de Cristo, pois, ele é A Verdade que o homem precisa ter.

Unknown disse...

Olá Prof. João Ricardo, Graça e paz da parte do Senhor Jesus....

Muito boa esta postagem sobre uma certa musica com uma estrofe "O grito de desespero" o que será que eles estão gritando? Resposta: muitas coisas, ou causas em cituações diversas conhecidas,ignonaradas ou ocultas, mais por certo estão gritando.
1º-Nos precisamos entender que a musica, não é só apenas musica, apesar que,muitas não mereçe este titulo, por serem tão ruins, de letra ou melodia.Mas o que nos não podemos negar é que a musica, é um dos mairores meio de comunicação entre todos os seres viventes; e a través dela eles expressam os seus sentimentos, e revelam a influência dos tempos, e momentos meio em que estão vivendo.Quando eles cantam,ou gritam, eles querem comunicar algunha coisa.
certamente este grito, é a exclamação de dor de um mundo em trevas, que agoniza sem a presença de Deus.

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edifica sobre oum monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá a luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.(Mt-5:14-16).

Deus te abençoe em nome de Jesus...

Rev.João Ricardo Ferreira de França disse...

Presbítero, é um prazer tê-lo aqui comentando, sim e verdade! Toda música é ideologica, e o grito de desespero se faz presente em muitas delas, ou mesmo a reflexão do pensamento pós-moderno. Deus tem manifestado e levantado pessoas que interpretem este mundo para dar uma resposta as inquietações dos corações, e fico feliz que o amado é um destes! Haja paz em teu coração - este espaço continua sendo nosso.

Anônimo disse...

Caro Pastor,

Parabéns, em primeiro lugar, por não seguir o caminho mais fácil e demonizar a canção e perder a oportunidade de falar de Jesus, a partir dela, aos jovens que não conhecem A VERDADE. Aliás, Jesus é VERDADE e não "Razão". Jesus prescinde dela para revelar-Se a quem quer que seja.
Em segundo lugar,gostaria de ressaltar que a sua colocação sobre o verso da canção evocar o anarquismo, destoa de todo o resto que o ilustre reverendo percebeu na letra da música. A canção é inteiramente crítica. O uso da ironia expressa no "Vamos deixar" quer denunciar o estado de anomia e de alienação por que passa a sociedade contemporânea.(Ler As Regras do Método Sociológico de E. Durkheim; A Ideologia alemã de Karl Marx)
Ademais, os ARQUISTAS deste mundo é que dominam sobre o povo por meio de armas, violência e tirania. Os discípulos de Jesus são, neste sentido, an-arquistas, porque são "servos uns dos outros, pelo amor" e só Jesus é o ARQUÉ, palavra que deu origem a tantas outras (primazia, principal, príncipe e também, ao original grego arquia. Jesus é o único ARQUISTA do Universo, mas não à maneira dos homens, pois está entre seus servos-amigos-irmãos, como Aquele que serve.Ele não invade o nosso lar. Ele está à porta e bate. É um gentleman pacifista, pois, de fato, é o PRÍNCIPE da Paz, ao contrário do que foi Lutero e Calvino,nos tempos que reformados se deformavam entre socos e pontapés!

Rev.João Ricardo Ferreira de França disse...

Olá, agradeço sua presença neste espaço, ele é nosso, e obrigado - quanto a sua correção é verdade, eu percebi essa falha na minha palavra - ratifico - tentei reformular o texto, mas por ausência de tempo não o fiz. Mas, a todos os leitores digo que a essencia do que escrevi é exatamente essa. os autores dessa fazem esse grito de desespero e nos alertam para o perigo de vivermos sem a verdade - e que neste caro, como já disso somente no verdadeiro Evangelho de Cristo - pois, Cristo é a VERDADE! E a igreja deve saber lidar com isso, e colocar para os jovens a mensagem cristocêntrica nestes tempos mais modernos!

Filósofo Calvinista disse...

Fala João Calvino! Tudo de bom nessa nova etapa de vida!