ESTUDANDO A PALAVRA

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quinta-feira, 21 de maio de 2009

A IMPORTÂNCIA DE SE PREGAR O EVANGELHO DE DEUS.

A IMPORTÂNCIA DE SE PREGAR O EVANGELHO DE DEUS.
Romanos 1.16-17.
Por: João Ricardo Ferreira de França[1]
Introdução: Os versículos de 1-15 nós temos a introdução desta epístola; o apóstolo apresta-se como tal e desenvolve toda a sua tônica sobre o que irá tratar. A introdução desta magnifica carta é altamente teológica, há pessoas que dizem que se todos os livros da Bíblia fossem destruídos, mas nos restasse apenas a carta de Romanos ainda assim teríamos o evangelho de forma clara e cristalina. É verdade, não há como ler esta carta sem vê nela o evangelho da graça soberana de Deus.
O tema ou a tese principal do apóstolo se encontra nestes dois gritantes versículos – Primazia do Evangelho de Deus. Este é o tema da carta. Por que Pregar o Evangelho? Aqui o apóstolo nos apresenta de forma bela a suficiência do evangelho de Deus. Como ele faz isso. Ele começa com termos negativos “Não me envergonho do evangelho...” haveria algum motivo para isto em Paulo? A resposta é que tanto os judeus quanto gregos ambos desprezavam o evangelho de Deus, mas Paulo não se envergonha deste evangelho. E por causa disto, por suficiente, este evangelho deveria ser proclamado. A pergunta é: Por que o evangelho deve ser proclamado?
I – O evangelho deve ser proclamado porque ele não é motivo de vergonha para o cristão. (vs.16a)
Observem como Paulo começa o seu texto “Pois não me envergonho do evangelho,”o verbo grego “envergonhar” epaischynomai está no modo indicativo e no tempo presente, ou seja, ele não tinha uma atitude de estar se envergonhando do evangelho – não era algo habitual – ele jamais se envergonhava, pois, o modo indicativo nos leva a essa consideração. Mas do que ele não se envergonha? “do evangelho” - (tò euangelion). O que isto significa? Significa que ele não se envergonha da mensagem, pois, o evangelho é a própria mensagem de Deus ao homem. O que é o evangelho? A palavra carrega o sentido de boa notícia, você se envergonharia de dar uma boa notícia? A pregação do evangelho é a boa notícia. Não produzida pelos homens, pois, Paulo nos ensina que o evangelho tem sua origem em Deus; e a notícia de Deus ao homem. São boas novas, não pode haver vergonha no anuncio do evangelho de Deus ao mundo. Mas o evangelho é a manifestação da graça soberana de Deus aos homens, pois, é a única mensagem que pode comunicar salvação aos pecadores; a igreja tem essa mensagem e precisa anunciá-la e não deve inibir-se. Note não é qualquer mensagem que anunciamos, mas é a boa notícia que Deus nos deu para anunciarmos aos homens, “paz na terra boa-vontade para com os homens” este é o sentido do evangelho, este evangelho é a mensagem sobre o amor de Deus sobre os pecadores. Aqui está um bom estímulo para a evangelização é que a mensagem da Igreja vem de Deus. Você não precisa falar as suas palavras, mas precisa apenas falar o evangelho de Deus.
II – Paulo também nos apresenta o motivo para não se envergonhar do evangelho.(vs.16.b)
Qual o motivo leva a Paulo não se envergonhar do Evangelho? Por que não devemos nos envergonhar do Evangelho? Paulo nos diz: “porque é o poder de Deus para a salvação” a razão é que este evangelho que a igreja recebeu de Deus para proclamar é o próprio poder de Deus para a salvação. Deus salva através da mensagem do evangelho. Este é um fato imperativo nas Escrituras (1Co.1.21 – aprouve a Deus salvar os crêem pela loucura da pregação). Qual é a implicação disto queridos? É que o próprio evangelho é o poder de Deus, não se prega o evangelho com poder, mas o evangelho é o poder para salvar, não preciso do apelo – quem quer aceitar Jesus para Ter a salvação – mas apenas o proclamar o evangelho é o poder de Deus para manifestar a salvação aos pecadores.
O que significa “o poder de Deus”? O que Paulo quer dizer com isso? Não posso entender de outro modo senão que refere-se ao “poder que pertence a Deus” .- isto humilha os pregadores! Nós não convertemos ninguém pela nossa oratória, por nossa impostação de voz, mas é apenas o poder de Deus que salva os pecadores. O termo grego aqui é “dynamis” este substantivo indica o mover dinâmico de Deus no evangelho – ou seja, há vida sendo conferida no evangelho que vem de Deus. Este poder de Deus é caracterizado como um dos atributos de Deus, isto significa que este evangelho é o da onipotência divina operando a salvação. Alguns dizem que o nosso Deus é muito pequeno em relação ao que é apresentado na mídia, pois, o da mídia faz milagres de forma poderosa, mas o nosso nada faz. Tolice! Quão pobre é esta concepção do poder de Deus. Irmãos saibam de uma coisa quando o evangelho é pregado as tumbas são abertas e os mortos são trazidos à vida, a onipotência de Deus traz vida eterna a um pecador perdido – se isto não é o poder de Deus, então o que é? – O evangelho é o poder de Deus! O simples fato de Ter uma alma redimida e rendida aos pés de Cristo é a evidência crucial de que o poder de Deus operou eficazmente na vida do pecador.
Paulo nos diz que o evangelho é poder “para a salvação”. Como devemos entender o termo “salvação”? O termo grego soterian- deve ser entendido como aquela salvação que nos livra da morte e do pecado, e nos introduz na justiça e na vida. Ou seja, pelo evangelho que é o poder de Deus para a nossa salvação somos tirados do “império das trevas e transportados para o reino do filho de seu amor” (col.1.13)
Mas, outra questão crucial se levanta sobre este texto: O poder salvador do evangelho é destinado a todos? A resposta é negativa. O apóstolo nos informa que o “evangelho é o poder para salvação” não de todos os homens, mas do “todo aquele que crê”- panti tôn pisteuonti – o verbo “crer” no texto grego é um particípio presente – o particípio indica uma ação passada e o presente indica continuidade – ou seja, o texto poderia ser traduzindo assim, “o evangelho é poder de Deus para a salvação do todo o que creu e continua crendo” – ou seja, os eleitos de Deus que em um dado momento creu na mensagem, mas que continua crendo no evangelho. O que estas palavras nos informam. Nos informam que a salvação nunca se torna uma realidade à parte da fé, portanto, a salvação sobre a qual Paulo irá discorrer nesta carta de Romanos não possui realidade, validade ou significado independente da fé. Então, qual é a tese do versículo 16? A tese é a seguinte: O poder de Deus que opera a salvação, por intermédio da fé, é fruto do evangelho da graça de Deus. Sem o evangelho não existe a fé – “a fé vem pela pregação”(Romanos 10.17). Esta salvação é proclamada pelo evangelho, que, na qualidade de mensagem, é a concretização do poder de Deus.
Quando Paulo diz que o evangelho visa à salvação de todo “aquele que crê” anula toda e qualquer particularidade nacionalista, racista; ou seja, tanto Judeu quanto grego podem participar desta salvação, sendo homem ou mulher pode haver salvação para os homens de todas a raças, tribos e cor. Ou seja, a mensagem do evangelho é universal – embora a salvação seja eletiva – mas o anuncio deve ser universal. O evangelho não é um convite para que os homens se arrependam dos seus pecados, é uma ordem de Deus que não deve ser negligênciada é uma notícia da mais alta importância e urgência – pecadores vocês devem crer na mensagem do evangelho de Deus!
III – O evangelho deve ser proclamado porque por meio dele a Justiça de Deus se revelada. (vs17)
Paulo agora passa a nos apresentar a razão porque o evangelho é o poder de Deus para a salvação. A razão basilar é que a “justiça de Deus se revela no evangelho”. Olhando para o texto podemos extrair quatro ideias principais:
1) O poder de Deus – É Deus que opera tudo em todos.
2) A salvação é de Deus – É somente Deus quem salva pecadores.
3) A revelação de Deus – É no evangelho que Deus se mostra como salvador.
4) E a Justiça de Deus – É pelo evangelho que Deus se mostra como justo.
Todos estes conceitos são extraídos do Antigo Testamento, Paulo não está ensinando uma mensagem diferente. Mas, o que ele está querendo nos ensinar com a expressão “a justiça de Deus se revela”? Esta justiça não deve ser entendida como sendo a justiça que puni, pois, para Paulo a justiça de Deus age de maneira dinâmica e ativa sobre a situação pecaminosa do homem; o que ocorre não é meramente que a justiça divina torna-se conhecida, quanto ao seu caráter punitivo, mas mostra que esta justiça se revela eficácia salvadora. A justiça de Deus torna-se redentoramente ativa, na esfera do pecado e da ruína dos homens.
Em que consiste esta justiça de Deus? É uma justiça- de – Deus. Deus é o seu autor. É uma justiça que satisfaz a todos os requisitos da justiça divina; o que Paulo está nos dizendo? É que apenas no evangelho encontramos a realidade da justificação.
Irmãos, é aqui que encontramos a glória do evangelho de Deus: Ele é o poder de Deus operando para a salvação, a justiça de Deus ultrapassa o nosso pecado e a nossa ruína, então, é nosso dever ouvir o evangelho, atendê-lo em suas exigências, pois, é Deus quem se revela a nós por meio dele.
Aplicação:
1) Irmãos jamais devemos nos envergonhar de proclamar o evangelho de Deus.
2) Devemos compreender que o evangelho é o poder de Deus para a salvação dos pecadores, isso nos deve humilhar, pois, apenas Deus pode salvar os homens.
3) Devemos levar em consideração os ministros da Palavra quando anunciam o evangelho, pois, estão manifestando a graça de Deus aos homens pela pregação.

[1] O Autor é Membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, atualmente é candidato ao Sagrado Ministério pelo Presbitério do Recife está concluindo sua graduação em Teologia no SPN. É fundador e lidera a Congregação presbiteriana em Prazeres – Jaboatão dos Guararapes – PE.

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