IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA DE PRAZERES.
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA EXEGÉTICA DO ANTIGO TESTAMENTO.
TEOLOGIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO
Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Contatos: 3475-7544 / 8684-6461
jrcalvino9@gmail.com / jrcalvino9@hotmail.com
TEOLOGIA BÍBLICA – UMA BREVE DESCRIÇÃO.[1]
Por: Richard L. Pratt, Jr.
Uma tendência influente que se afasta da Teologia Sistemática pode ser determinada como tendo suas origens no movimento da Teologia Bíblica da Segunda metade de século 20. Esse movimento começou fora dos círculos evangélicos, mas tem determinado de maneira significativa a forma como estudamos as narrativas do Antigo Testamento. No esboço a seguir, trataremos de dois importantes pontos de vista do movimento da Teologia Bíblica.
I – A TEOLOGIA BÍBLICA E A LEITURA VETEROTESTAMENTÁRIA DE FORMA HISTÓRICA.[2]
Em primeiro lugar, desde o seu início, a Teologia Bíblica esteve comprometida com a leitura das narrativas do Antigo Testamento por meio de um enfoque histórico. As qualidades históricas do Antigo Testamento já haviam sido reconhecidas ao longo dos séculos de diversas maneiras, mas a Teologia Bíblica realçou-as como nunca. A Teologia Bíblica moderna foi profundamente influenciada pelas perspectivas filosóficas de Hegel (1770-1831)[3], o qual acreditava que o progresso histórico trazia unidade para toda a criação. A história continha a chave para a compreensão de toda a realidade.[4]Dentro desse ponto de vista, os intérpretes procuraram não tanto as idéias teológicas abstratas, mas, sim desenvolvimentos históricos por trás do texto. O enfoque histórico foi modificado por diversas figuras importantes que viam a Bíblia como uma história redentora específica (Heilsgeschichte)[5]. No entanto, a atenção interpretativa ainda estava voltada para o desenvolvimento histórico. O caminho estava aberto para descartar o conceito escolástico da Bíblia como a fonte de doutrina e tratar as Escrituras antes de tudo como uma fonte para reconstruir a redenção progressiva da humanidade por Deus.[6]
A perspectiva histórico-redentora cresceu rapidamente na Europa depois da Primeira Guerra Mundial.[7]
De uma forma ou outra, muitas figuras proeminentes continuaram enfatizando a história da revelação.[8] Teólogos norte-americanos seguiram essa tendência, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial[9]
II – TEOLOGIA BÍBLICA E A ABORDAGEM HISTÓRICO-REDENTORA.
Muitos intérpretes críticos importantes do século 20 concentraram seus esforços na compreensão dos atos poderosos de Deus registrados na Bíblia.[10]
Em segundo lugar, a Teologia Bíblica partiu do pressuposto de que esse direcionamento histórico-redentor era de importância central para a própria Bíblia. A Teologia Sistemática tradicional derivou seus termos da filosofia aristotélica,[11]mas o direcionamento dinâmico e histórico da Teologia Bíblica foi considerado a essência dos texto bíblicos em si. Essa convicção, com freqüência estava associada a uma distinção entre a mentalidade grega e hebraica. De acordo com a descrição apresentada, os gregos viam o mundo em termos abstratos e estáticos, mas os povos do Oriente Médio pensavam em termos de história concreta. As palavras de Beegle representam esse ponto de vista típico: “Os hebreus e outros semitas não pensavam em termos filosóficos especulativos...A língua hebraica era uma língua de ação e o Deus dos hebreus era tido como Aquele que agia”[12]
Durante a década de 60, o movimento da Teologia Bíblica sofreu uma parada brusca por meio dos estudiosos críticos que levantaram questões contra o conceito de atividade divina na história.[13]Barr e Gilkey mostraram a incoerência dos teólogos falarem como se Deus de fato agisse na história enquanto explicaram a maioria desses registros em termos de ciências naturais. Como argumentou Gilkey, os teólogos bíblicos críticos tentaram “abraçar o mundo com as pernas”.[14]
Um outra objeção foi levantada contra o conceito da mentalidade hebraica. Em sua obra monumental Semantics of Biblical Languge [ Semântica da Linguagem Bíblica ], Barr demonstrou envidências lingüisticas não apoiavam uma distinção acentuada entre o pensamento oriental e ocidental.[15] Os povos do Ocidente Médio com freqüência pensavam tão abstratamente quanto os do Ocidente e os ocidentais com freqüência pensavam tão dinamicamente quanto os orientais. Essa revelação mostrou-se um golpe decisivo contra a Teologia Bíblica.[16]
III – GEERHARDUS VOS E A TEOLOGIA BÍBLICA.
Embora a Teologia Bíblica esteja praticamente obsoleta, ela continua a influenciar os evangélicos dos dias de hoje. A figura mais importante do segmento evangélico [reformado] do movimento foi o primeiro professor de Teologia Bíblica de Princeton, Geerhardus Vos (1862-1949). Sua obra Biblical Theology: Old and New Testaments [Teologia Bíblica: O Antigo e o Novo Testamentos] é uma das obras evangélicas mais influentes deste século sobre Hermenêutica bíblica do Antigo Testamento.[17]Em Vos, encontramos as duas tendências da Teologia Bíblica. Por um lado, sua preocupação central é com os atos redentores e reveladores de Deus. Ele dividiu a história do Antigo Testamento em cinco épocas: 1) A era pré-redentora; 2) o período de Noé e os acontecimentos que levaram a ele , 3) o período entre Noé e os grandes patriarcas, 4) o período mosaico e 5) o período profético. Depois, concentrou-se na forma e no conteúdo da revelação divina peculiares a cada era.
Por outro lado, Vos afirmava que a história redentora era a “própria estrutura reveladora” da Bíblia e a “coluna cervical da revelação”.[18] Seguindo a distinção feita por J.S.Gabler (1753-1826),[19]Vos argumentava que a Teologia Bíblica descrevia a Bíblia.[20]Não se impõe sobre a Bíblia uma abordagem histórico-redentora; tal abordagem vem da própria Bíblia. Vos advertiu contra levar essa ideia ao extremo.[21]No entanto, muitos dos seus seguidores foram além do ele havia dito, sugerindo que o direcionamento histórico da Teologia Bíblica representa o próprio padrão teológico da Bíblia. Em oposição aos termos lógicos da Teologia Sistemática, eles supõem que os termos históricos refletem a própria coerência interna da Bíblia.[22]
IV – A RELAÇÃO ENTRE A TEOLOGIA BÍBLICA E A TEOLOGIA SISTEMÁTICA.
Quando uma abordagem histórico-redentora é identificada de maneira tão próxima com os próprios “termos e formas de pensamento” da Bíblia,[23]surge uma questão séria quanto à relação entre interpretação e Teologia tradicional. A maioria dos teólogos evangélicos insiste que a Teologia Sistemática deve adotar as descobertas de uma abordagem histórica-redentora, mas raramente argumentam com igual vigor que as limitações lógicas da Teologia Sistemática devem refrear a análise histórico-redentora. Mencionam ocasionalmente a necessidade de ambas as abordagens, mas não dão ênfase à dependência mútua.[24] Em vez disso, os teólogos bíblicos normalmente tratam a relação como uma rua de mão única, dando à análise histórico-redentora prioridade sobre a análise teológico-sistmática.[25]
Durante várias décadas, essa ênfase unilateral não apresentou problemas sérios nos meios evangélicos. Ao que parece, as perspectivas teológicas tradicionais impediram os teólogos bíblicos de irem longe demais. No entanto, à medida que movimento ganhou ímpeto nas últimas décadas, os intérpretes bíblicos sentiram-se livres para ignorar cada vez mais a Teologia Sistemática. É comum encontrar teólogos bíblicos deixando de lado a relevância de questões da Teologia Sistemática para a interpretação de histórias do Antigo Testamento. “Os escritores bíblicos não estavam nos dando sistemas de doutrinas”, dizem. “Devemos procurar o enfoque histórico-rendentor, não um sistema abstrato de ideias.”
Para evitar esta tendência perigosa devemos, em primeiro lugar, reconhecer que a história redentora não é a preocupação central de várias partes do Antigo Testamento.[26] A literatura de Sabedoria – Jó, Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – por exemplo, tem muito pouco interesse na história redentora. Apesar de aparecer um ligação entre história, lei e sabedoria em estruturas pactuais,[27]o fato continua sendo que os livros de sabedoria praticamente não se dedicam a relatar a história redentora.
Além disso, como o próprio Vos observou, a Teologia Bíblica não reflete o princípio predominante de organização da Bíblia. A Teologia Bíblica usa um modelo histórico em vez de um modelo lógico, mas ainda assim reorganiza o Antigo Testamento.[28]A extensão desse novo arranjo pode ser vista ao constatarmos que as unidades básicas das Escrituras não são épocas históricas, mas sim, livros. Não encontramos o Antigo Testamento organizado como “Primeiro Capítulo da História”, “Segundo Capítulo da História” e assim por diante. Pelo contrário, ele é organizado em unidades literárias: Gênesis, Êxodo, Levítico...Trabalhando partir de uma estrutura literária histórico-redentora, Vos deduziu três épocas da história do Antigo Testamento a partir da primeira unidade da Bíblia, o livro de Gênesis.[29]Em seguida, prosseguiu incluindo quatro livros no período de Moisés e o resto dos livros do Antigo Testamento num único período profético. Esse tipo de análise dificilmente parece coincidir com o modelo de revelação dado nas Escrituras.
Além do mais, as várias maneiras como os teólogos evangélicos bíblicos dividem o Antigo Testamento em períodos nos leva a suspeitar que a Teologia Bíblica faz mais do que simplesmente descobrir as estruturas internas do texto. Há pouco concordância quanto à maneira como a história do Antigo Testamento deve ser considerada. Vos dividiu a história do Antigo Testamento e do Novo Testamento em sete períodos. Alguns seguem seu modelo,[30]mas outros se desviam consideravelmente dele.[31]
Com tantas disposições diferentes, podemos ver o quanto a Teologia Bíblica reorganiza a Bíblia.[32] A Teologia Bíblica segue um modelo que rearranja a Bíblia tanto quanto, senão mais, do que os modelos lógicos da Teologia tradicional.
O grande valor da abordagem histórico redentora é sua capacidade de nos ajudar a reavaliar o significado das narrativas do Antigo Testamento. É fácil ficarmos tão preocupados com as questões da Teologia Sistemática a ponto de deixarmos passar muito do que essas histórias ensinam. Nós as forçamos para dentro de nosso sistema teológico sem jamais observar como elas desafiam nossas ideias preconcebidas. De qualquer modo, devem ter cuidado para não cair no extremo de ignorar as questões da Teologia tradicional. Por meio de seus textos, os escritores das narrativas do Antigo Testamento deram aos seus leitores um sistema de crenças. Estavam preocupados com a padronização lógica das crenças bem como com a história da revelação.[33]Para entendermos suas histórias corretamente, devemos colocá-las dentro da estrutura de parâmetros lógicos bem como do desenvolvimento histórico.
Em decorrência disso, não devemos colocar nem a Teologia Bíblica e nem a Teologia Sistemática um acima da outra; é preciso que as posicionemos em pé de igualdade. As duas podem apresentar representações incorretas das Escrituras e ambas podem refletir os ensinamentos das Escrituras. Os dois pontos de vista são maneiras de se sintetizar o material, colocando-o em formatos úteis, cada um com o seus próprios pontos fortes e fracos. Ao aprendermos a empregar ambos os métodos, crescemos em nossa compreensão das narrativas do Antigo Testamento.
[1]Este estudo foi extraído do livro do PRATT JR, Richard L. Ele nos deu Histórias – Um guia completo para a interpretação de histórias do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 1 edição, 2004,pp.102-106.
[2] Os tópicos não pertencem ao texto de Pratt, mas são inseridos para facilitar o estudo da matéria.
[3] Apesar de ser possível traçar as origens do movimento moderno da Teologia Bíblica até o discurso de Gabler em Altdorf no ano de 1787, seu desenvolvimento foi grandemente influenciado pela filosofia de Hegel. Ver W.Kümmel, The New History of the Investigation of its Problems (traduzido por S.Gilmour e H.Kee; Nova York: Abingdon, 1972), 98,120,132; E.P.Clowney, Preaching and Biblical Theology (Grand Rapids: Eerdmans,1961),11; Interpreter’s Dictionary of the Bible s.v. “Biblical Criticism, History of”.
[4] Nas palavras de Hegel : “O espírito e o transcorrer de seu desenvolvimento são a verdadeira substância da história”. G.W.F. Hegel, Lectures of the Philosophical of World History (traduzido por H.B. Nisbet; Londres: New York, 1975), p 44.
[5] Dentre os estudiosos dessa escola estavam J.J.Beck (1804-1878) e E.W. Henstenberg (1802-1869). J. Bengel (1687-1752) normalmente é reconhecido como pai do movimento.
[6] G.E. Ladd, A Theology of The New Testament (Grand Rapids: Eardmans, 1974), p. 15-16.
[7] A maior realização foi a obra Theological Dictionary of the New Testament de Kittle. J. Barton, Reading the Old Testament (Fildélfia: Westminster, 1984), p.208-209.
[8] Childs, Biblical Theology in Crisis, p. 62.
[9] Childs, Biblical Theology in Crisis, p.21. ver as obras representativas em Essays on Old Testament Interpretation (org. por C.Westerman; Londeres: SCM,1963).
[10] Observe as obra seletivas desses teólogos bíblicos: G.Von Rad, Old Testament Theology (Teologia do Antigo Testamento – publicada no Brasil pela ASTE) [ traduzido por D.M.G Stalker, 2vols; Nova York: Harper na Row, 1962 [1972] e God at Work in Israel (Traduzido por J. Marks; Nashville: Abingdon, 1980); O.Cullmann, Christ and Time: The Primitive Christian Conception of Time and History (Traduzido por F.Filson; Filadélfia: Westminster, 1950), Salvation in History (Traduzido por S. Sowers: Nova York: Harper and Row, 1967); O.Piper, God in History (Nova York: Macmillan, 1939) e New Testament Interpretation of History (Princeton: Theological Book Agency, 1963); F. Filson , One Lord, One Faith (Filadélfia:Westminster, 1943), Jesus Christ: The Risen Lord (Nova York: Abingdon, 1956) e A New Testament History (Filadélfia:Westminster, 1964); J.W. Bowman, Prophetic Realism and the Gospel: A Preface to Biblical Theology(Filadélfia:Westminster, 1955) e Which Jesus? (Filadélfia:Westminster, 1970); G.E. Wright, The Book of Acts of God With R. Fuller ( Garden City: Doubleday,1960). Quando estava mais velho, Walter alterou sua posição e deslocou-se mais para a perspectiva de Eichrodt. Ver G.E. Wright, The Old Testament and Theology (Nova York: Harper and Row, 1967), p.61-67..
[11] Os termos que estruturam a Teologia Sistemática foram moldados pela filosofia aristotélica em grande parte pela influência da obra de Tomás de Aquino, Summa Theologica. Para um estudo corrente, ver W.T. Jones, The Medieval Mind (2ª ed., Nova York: Harcourt, Brace, Jovanovich, 1969), p. 211-212.
[12] D.M. Beegle, Moses the Servant of Yahweh (Grand Rapids: Eerdmans, 1972), p.69, conforme Barr resume o ponto de vista bíblico: “A abordagem dinâmica das realidades hebraicas é expressa em seu interesse pela História. Seu Deus é caracteristicamente um Deus que age na História e essas atos históricos são o cerne da tradição religiosa de Israel”. J. Barr, Semantics of Biblical Language (Londres: Oxford University, 1961), p. 11.
[13] Ver J. Barr, “Revelation Throught History in the Old Testament and Modern Theology”, The Princeton Seminary Bulletin, 56 (1963), p.4-14. L. Gilkey, “Cosmology, Ontology, and the Travail of Biblical Language”, Journal of Religion 41(1961) p.194-205.
[14] Gilkey, “Cosmology, Ontology”, 199.
[15] Barr, Semantics of Biblical Languge, p.263-296.
[16] Barr, Semantics of Biblical Languge, p. 202-262. Ver G. Hase para um breve resumo do movimento crítico da Teologia Bíblica, Evangelical Dictionary of Theology (org. por W. Elwell, Grand Rapids: Baker, 1984) s.v. “Biblical Theology Movement”.
[17] G. Vos, Biblical Theology Biblical Theology: Old and New Testaments (Grand Rapids: Eerdmans, 1948). Para a Bibliografia mais completa das obras de Vos, ver “A Bibliography of the Writings of Geehardus Vos (1862-1949)”, compilado por J.T. Denison, Jr. Westminster Theological Journal 38 (1976), p.350-67.
[18] Ver Vos, Biblical Theology, p.17-18.
[19] Para um bom resumo das ideias de Gabler, ver H.Boers, What is New Testament Theology?(Filadélfia: Fortress, 1979), p.23-38.
[20] De acordo com Vos, “Gabler percebeu corretamente que a diferença específica da Teologia Bíblica encontra-se em seu princípio histórico de estudo” Vos, Biblical Theology Biblical p.9. Essa ênfase sobre o elemento histórico é fundamental para sua própria descrição da Teologia Bíblica como “o estudo das verdadeiras revelações próprias de Deus no tempo e no espaço que encontram-se por trás até mesmo da primeira tentativa de escrever qualquer documento bíblico e que, durante muito tempo, continuaram a ocupar um posição paralela ao registro do material revelado”(p.5). Assim, ele define a Teologia Bíblica como “o ramo da teologia exegética que trata do processo de revelação própria de Deus depositada na Bíblia”(p.5); ver também pp.3-11; G. Vos, Redemptive History and Biblical Interpretation (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed, 1980), p.15.
[21] Ver, Vos, Biblical Theology, p. 15-16
[22] Hasel fez uma colocação ousada: “O teólogo bíblico deriva seus termos, assuntos, temas e conceitos do próprio texto bíblico”. Hasel, Old Testament Theology, p. 101-103, p.130. ver também J. Murray, ‘Systematic Theology II”, Westminster Theological Journal 26 (1963), p.43 e R.B.Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, Westminster Theological Journal 38 (1975-1976), p. 294.
[23] Ladd, A Theology of the New Testament, p. 25.
[24] Por exemplo, Clowney, Preaching and Biblical Theology”, p.16 e Gaffub, “Systematic Theology ande Biblical Theology”, p.294-295.
[25] Ver Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, p. 293-294
[26] Ver Barr, “Revelation through History in the Old Testament and in Modern Theology”, p. 6-7.
[27] Kline, Structure of Biblical Autority, p. 47.
[28] Vos afirma: “Não há diferença no sentido de que uma estaria mais intimamente ligada às Escrituras do que a outra. Quanto a isso, são absolutamente idênticas. A diferença também não se encontra em que uma transforma o material bíblico enquanto outra o deixa intocado. Ambas fazem igualmente com que a verdade depositada na Bíblia passe por uma transformação: mas a diferença surge do fato de que os princípios pelos quais é realizada a transformação são diferentes. Na Teologia Bíblica o princípio é histórico; na Teologia Sistemática, é de construção lógica”. Vos, Biblical Theology, p.15-16.
[29] Ver Murray, “Systematic Theology II”, p. 43-44, n. 23.
[30] Robertson, por exemplo, desenvolve os setes períodos da história da redenção baseado nas alianças espirituais. Ver. O.P.Robertson, The Christ of the Covenants (Grand Rapids: Baker, 1980), p. 62-63.
[31] Ver, W.C.Kaiser, Toward na Old Testament Theology (Grande Rapids: Zordevan, 1978), p.41-54; W. A. Vangemeren, The Progress of of Redemption (Grande Rapids: Zordevan, 1988), p.33.
[32] Murray argumentou que “A Bíblia em si tem consciência do períodos distintos nos quais a história da revelação se encaixa. Apesar da possibilidade de haver uma subdivisão mais detalhada dentro de certos períodos...”. Murray, “Systematic Theology II”, p. 43. No entanto, as variações entre os diferentes teólogos bíblicos sugerem que essa divisão pode não ser tão óbvia.
[33] Ver Frame, Knowledge of God, 251-254.
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TEOLOGIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO
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jrcalvino9@gmail.com / jrcalvino9@hotmail.com
TEOLOGIA BÍBLICA – UMA BREVE DESCRIÇÃO.[1]
Por: Richard L. Pratt, Jr.
Uma tendência influente que se afasta da Teologia Sistemática pode ser determinada como tendo suas origens no movimento da Teologia Bíblica da Segunda metade de século 20. Esse movimento começou fora dos círculos evangélicos, mas tem determinado de maneira significativa a forma como estudamos as narrativas do Antigo Testamento. No esboço a seguir, trataremos de dois importantes pontos de vista do movimento da Teologia Bíblica.
I – A TEOLOGIA BÍBLICA E A LEITURA VETEROTESTAMENTÁRIA DE FORMA HISTÓRICA.[2]
Em primeiro lugar, desde o seu início, a Teologia Bíblica esteve comprometida com a leitura das narrativas do Antigo Testamento por meio de um enfoque histórico. As qualidades históricas do Antigo Testamento já haviam sido reconhecidas ao longo dos séculos de diversas maneiras, mas a Teologia Bíblica realçou-as como nunca. A Teologia Bíblica moderna foi profundamente influenciada pelas perspectivas filosóficas de Hegel (1770-1831)[3], o qual acreditava que o progresso histórico trazia unidade para toda a criação. A história continha a chave para a compreensão de toda a realidade.[4]Dentro desse ponto de vista, os intérpretes procuraram não tanto as idéias teológicas abstratas, mas, sim desenvolvimentos históricos por trás do texto. O enfoque histórico foi modificado por diversas figuras importantes que viam a Bíblia como uma história redentora específica (Heilsgeschichte)[5]. No entanto, a atenção interpretativa ainda estava voltada para o desenvolvimento histórico. O caminho estava aberto para descartar o conceito escolástico da Bíblia como a fonte de doutrina e tratar as Escrituras antes de tudo como uma fonte para reconstruir a redenção progressiva da humanidade por Deus.[6]
A perspectiva histórico-redentora cresceu rapidamente na Europa depois da Primeira Guerra Mundial.[7]
De uma forma ou outra, muitas figuras proeminentes continuaram enfatizando a história da revelação.[8] Teólogos norte-americanos seguiram essa tendência, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial[9]
II – TEOLOGIA BÍBLICA E A ABORDAGEM HISTÓRICO-REDENTORA.
Muitos intérpretes críticos importantes do século 20 concentraram seus esforços na compreensão dos atos poderosos de Deus registrados na Bíblia.[10]
Em segundo lugar, a Teologia Bíblica partiu do pressuposto de que esse direcionamento histórico-redentor era de importância central para a própria Bíblia. A Teologia Sistemática tradicional derivou seus termos da filosofia aristotélica,[11]mas o direcionamento dinâmico e histórico da Teologia Bíblica foi considerado a essência dos texto bíblicos em si. Essa convicção, com freqüência estava associada a uma distinção entre a mentalidade grega e hebraica. De acordo com a descrição apresentada, os gregos viam o mundo em termos abstratos e estáticos, mas os povos do Oriente Médio pensavam em termos de história concreta. As palavras de Beegle representam esse ponto de vista típico: “Os hebreus e outros semitas não pensavam em termos filosóficos especulativos...A língua hebraica era uma língua de ação e o Deus dos hebreus era tido como Aquele que agia”[12]
Durante a década de 60, o movimento da Teologia Bíblica sofreu uma parada brusca por meio dos estudiosos críticos que levantaram questões contra o conceito de atividade divina na história.[13]Barr e Gilkey mostraram a incoerência dos teólogos falarem como se Deus de fato agisse na história enquanto explicaram a maioria desses registros em termos de ciências naturais. Como argumentou Gilkey, os teólogos bíblicos críticos tentaram “abraçar o mundo com as pernas”.[14]
Um outra objeção foi levantada contra o conceito da mentalidade hebraica. Em sua obra monumental Semantics of Biblical Languge [ Semântica da Linguagem Bíblica ], Barr demonstrou envidências lingüisticas não apoiavam uma distinção acentuada entre o pensamento oriental e ocidental.[15] Os povos do Ocidente Médio com freqüência pensavam tão abstratamente quanto os do Ocidente e os ocidentais com freqüência pensavam tão dinamicamente quanto os orientais. Essa revelação mostrou-se um golpe decisivo contra a Teologia Bíblica.[16]
III – GEERHARDUS VOS E A TEOLOGIA BÍBLICA.
Embora a Teologia Bíblica esteja praticamente obsoleta, ela continua a influenciar os evangélicos dos dias de hoje. A figura mais importante do segmento evangélico [reformado] do movimento foi o primeiro professor de Teologia Bíblica de Princeton, Geerhardus Vos (1862-1949). Sua obra Biblical Theology: Old and New Testaments [Teologia Bíblica: O Antigo e o Novo Testamentos] é uma das obras evangélicas mais influentes deste século sobre Hermenêutica bíblica do Antigo Testamento.[17]Em Vos, encontramos as duas tendências da Teologia Bíblica. Por um lado, sua preocupação central é com os atos redentores e reveladores de Deus. Ele dividiu a história do Antigo Testamento em cinco épocas: 1) A era pré-redentora; 2) o período de Noé e os acontecimentos que levaram a ele , 3) o período entre Noé e os grandes patriarcas, 4) o período mosaico e 5) o período profético. Depois, concentrou-se na forma e no conteúdo da revelação divina peculiares a cada era.
Por outro lado, Vos afirmava que a história redentora era a “própria estrutura reveladora” da Bíblia e a “coluna cervical da revelação”.[18] Seguindo a distinção feita por J.S.Gabler (1753-1826),[19]Vos argumentava que a Teologia Bíblica descrevia a Bíblia.[20]Não se impõe sobre a Bíblia uma abordagem histórico-redentora; tal abordagem vem da própria Bíblia. Vos advertiu contra levar essa ideia ao extremo.[21]No entanto, muitos dos seus seguidores foram além do ele havia dito, sugerindo que o direcionamento histórico da Teologia Bíblica representa o próprio padrão teológico da Bíblia. Em oposição aos termos lógicos da Teologia Sistemática, eles supõem que os termos históricos refletem a própria coerência interna da Bíblia.[22]
IV – A RELAÇÃO ENTRE A TEOLOGIA BÍBLICA E A TEOLOGIA SISTEMÁTICA.
Quando uma abordagem histórico-redentora é identificada de maneira tão próxima com os próprios “termos e formas de pensamento” da Bíblia,[23]surge uma questão séria quanto à relação entre interpretação e Teologia tradicional. A maioria dos teólogos evangélicos insiste que a Teologia Sistemática deve adotar as descobertas de uma abordagem histórica-redentora, mas raramente argumentam com igual vigor que as limitações lógicas da Teologia Sistemática devem refrear a análise histórico-redentora. Mencionam ocasionalmente a necessidade de ambas as abordagens, mas não dão ênfase à dependência mútua.[24] Em vez disso, os teólogos bíblicos normalmente tratam a relação como uma rua de mão única, dando à análise histórico-redentora prioridade sobre a análise teológico-sistmática.[25]
Durante várias décadas, essa ênfase unilateral não apresentou problemas sérios nos meios evangélicos. Ao que parece, as perspectivas teológicas tradicionais impediram os teólogos bíblicos de irem longe demais. No entanto, à medida que movimento ganhou ímpeto nas últimas décadas, os intérpretes bíblicos sentiram-se livres para ignorar cada vez mais a Teologia Sistemática. É comum encontrar teólogos bíblicos deixando de lado a relevância de questões da Teologia Sistemática para a interpretação de histórias do Antigo Testamento. “Os escritores bíblicos não estavam nos dando sistemas de doutrinas”, dizem. “Devemos procurar o enfoque histórico-rendentor, não um sistema abstrato de ideias.”
Para evitar esta tendência perigosa devemos, em primeiro lugar, reconhecer que a história redentora não é a preocupação central de várias partes do Antigo Testamento.[26] A literatura de Sabedoria – Jó, Provérbios, Eclesiastes e alguns dos Salmos – por exemplo, tem muito pouco interesse na história redentora. Apesar de aparecer um ligação entre história, lei e sabedoria em estruturas pactuais,[27]o fato continua sendo que os livros de sabedoria praticamente não se dedicam a relatar a história redentora.
Além disso, como o próprio Vos observou, a Teologia Bíblica não reflete o princípio predominante de organização da Bíblia. A Teologia Bíblica usa um modelo histórico em vez de um modelo lógico, mas ainda assim reorganiza o Antigo Testamento.[28]A extensão desse novo arranjo pode ser vista ao constatarmos que as unidades básicas das Escrituras não são épocas históricas, mas sim, livros. Não encontramos o Antigo Testamento organizado como “Primeiro Capítulo da História”, “Segundo Capítulo da História” e assim por diante. Pelo contrário, ele é organizado em unidades literárias: Gênesis, Êxodo, Levítico...Trabalhando partir de uma estrutura literária histórico-redentora, Vos deduziu três épocas da história do Antigo Testamento a partir da primeira unidade da Bíblia, o livro de Gênesis.[29]Em seguida, prosseguiu incluindo quatro livros no período de Moisés e o resto dos livros do Antigo Testamento num único período profético. Esse tipo de análise dificilmente parece coincidir com o modelo de revelação dado nas Escrituras.
Além do mais, as várias maneiras como os teólogos evangélicos bíblicos dividem o Antigo Testamento em períodos nos leva a suspeitar que a Teologia Bíblica faz mais do que simplesmente descobrir as estruturas internas do texto. Há pouco concordância quanto à maneira como a história do Antigo Testamento deve ser considerada. Vos dividiu a história do Antigo Testamento e do Novo Testamento em sete períodos. Alguns seguem seu modelo,[30]mas outros se desviam consideravelmente dele.[31]
Com tantas disposições diferentes, podemos ver o quanto a Teologia Bíblica reorganiza a Bíblia.[32] A Teologia Bíblica segue um modelo que rearranja a Bíblia tanto quanto, senão mais, do que os modelos lógicos da Teologia tradicional.
O grande valor da abordagem histórico redentora é sua capacidade de nos ajudar a reavaliar o significado das narrativas do Antigo Testamento. É fácil ficarmos tão preocupados com as questões da Teologia Sistemática a ponto de deixarmos passar muito do que essas histórias ensinam. Nós as forçamos para dentro de nosso sistema teológico sem jamais observar como elas desafiam nossas ideias preconcebidas. De qualquer modo, devem ter cuidado para não cair no extremo de ignorar as questões da Teologia tradicional. Por meio de seus textos, os escritores das narrativas do Antigo Testamento deram aos seus leitores um sistema de crenças. Estavam preocupados com a padronização lógica das crenças bem como com a história da revelação.[33]Para entendermos suas histórias corretamente, devemos colocá-las dentro da estrutura de parâmetros lógicos bem como do desenvolvimento histórico.
Em decorrência disso, não devemos colocar nem a Teologia Bíblica e nem a Teologia Sistemática um acima da outra; é preciso que as posicionemos em pé de igualdade. As duas podem apresentar representações incorretas das Escrituras e ambas podem refletir os ensinamentos das Escrituras. Os dois pontos de vista são maneiras de se sintetizar o material, colocando-o em formatos úteis, cada um com o seus próprios pontos fortes e fracos. Ao aprendermos a empregar ambos os métodos, crescemos em nossa compreensão das narrativas do Antigo Testamento.
[1]Este estudo foi extraído do livro do PRATT JR, Richard L. Ele nos deu Histórias – Um guia completo para a interpretação de histórias do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 1 edição, 2004,pp.102-106.
[2] Os tópicos não pertencem ao texto de Pratt, mas são inseridos para facilitar o estudo da matéria.
[3] Apesar de ser possível traçar as origens do movimento moderno da Teologia Bíblica até o discurso de Gabler em Altdorf no ano de 1787, seu desenvolvimento foi grandemente influenciado pela filosofia de Hegel. Ver W.Kümmel, The New History of the Investigation of its Problems (traduzido por S.Gilmour e H.Kee; Nova York: Abingdon, 1972), 98,120,132; E.P.Clowney, Preaching and Biblical Theology (Grand Rapids: Eerdmans,1961),11; Interpreter’s Dictionary of the Bible s.v. “Biblical Criticism, History of”.
[4] Nas palavras de Hegel : “O espírito e o transcorrer de seu desenvolvimento são a verdadeira substância da história”. G.W.F. Hegel, Lectures of the Philosophical of World History (traduzido por H.B. Nisbet; Londres: New York, 1975), p 44.
[5] Dentre os estudiosos dessa escola estavam J.J.Beck (1804-1878) e E.W. Henstenberg (1802-1869). J. Bengel (1687-1752) normalmente é reconhecido como pai do movimento.
[6] G.E. Ladd, A Theology of The New Testament (Grand Rapids: Eardmans, 1974), p. 15-16.
[7] A maior realização foi a obra Theological Dictionary of the New Testament de Kittle. J. Barton, Reading the Old Testament (Fildélfia: Westminster, 1984), p.208-209.
[8] Childs, Biblical Theology in Crisis, p. 62.
[9] Childs, Biblical Theology in Crisis, p.21. ver as obras representativas em Essays on Old Testament Interpretation (org. por C.Westerman; Londeres: SCM,1963).
[10] Observe as obra seletivas desses teólogos bíblicos: G.Von Rad, Old Testament Theology (Teologia do Antigo Testamento – publicada no Brasil pela ASTE) [ traduzido por D.M.G Stalker, 2vols; Nova York: Harper na Row, 1962 [1972] e God at Work in Israel (Traduzido por J. Marks; Nashville: Abingdon, 1980); O.Cullmann, Christ and Time: The Primitive Christian Conception of Time and History (Traduzido por F.Filson; Filadélfia: Westminster, 1950), Salvation in History (Traduzido por S. Sowers: Nova York: Harper and Row, 1967); O.Piper, God in History (Nova York: Macmillan, 1939) e New Testament Interpretation of History (Princeton: Theological Book Agency, 1963); F. Filson , One Lord, One Faith (Filadélfia:Westminster, 1943), Jesus Christ: The Risen Lord (Nova York: Abingdon, 1956) e A New Testament History (Filadélfia:Westminster, 1964); J.W. Bowman, Prophetic Realism and the Gospel: A Preface to Biblical Theology(Filadélfia:Westminster, 1955) e Which Jesus? (Filadélfia:Westminster, 1970); G.E. Wright, The Book of Acts of God With R. Fuller ( Garden City: Doubleday,1960). Quando estava mais velho, Walter alterou sua posição e deslocou-se mais para a perspectiva de Eichrodt. Ver G.E. Wright, The Old Testament and Theology (Nova York: Harper and Row, 1967), p.61-67..
[11] Os termos que estruturam a Teologia Sistemática foram moldados pela filosofia aristotélica em grande parte pela influência da obra de Tomás de Aquino, Summa Theologica. Para um estudo corrente, ver W.T. Jones, The Medieval Mind (2ª ed., Nova York: Harcourt, Brace, Jovanovich, 1969), p. 211-212.
[12] D.M. Beegle, Moses the Servant of Yahweh (Grand Rapids: Eerdmans, 1972), p.69, conforme Barr resume o ponto de vista bíblico: “A abordagem dinâmica das realidades hebraicas é expressa em seu interesse pela História. Seu Deus é caracteristicamente um Deus que age na História e essas atos históricos são o cerne da tradição religiosa de Israel”. J. Barr, Semantics of Biblical Language (Londres: Oxford University, 1961), p. 11.
[13] Ver J. Barr, “Revelation Throught History in the Old Testament and Modern Theology”, The Princeton Seminary Bulletin, 56 (1963), p.4-14. L. Gilkey, “Cosmology, Ontology, and the Travail of Biblical Language”, Journal of Religion 41(1961) p.194-205.
[14] Gilkey, “Cosmology, Ontology”, 199.
[15] Barr, Semantics of Biblical Languge, p.263-296.
[16] Barr, Semantics of Biblical Languge, p. 202-262. Ver G. Hase para um breve resumo do movimento crítico da Teologia Bíblica, Evangelical Dictionary of Theology (org. por W. Elwell, Grand Rapids: Baker, 1984) s.v. “Biblical Theology Movement”.
[17] G. Vos, Biblical Theology Biblical Theology: Old and New Testaments (Grand Rapids: Eerdmans, 1948). Para a Bibliografia mais completa das obras de Vos, ver “A Bibliography of the Writings of Geehardus Vos (1862-1949)”, compilado por J.T. Denison, Jr. Westminster Theological Journal 38 (1976), p.350-67.
[18] Ver Vos, Biblical Theology, p.17-18.
[19] Para um bom resumo das ideias de Gabler, ver H.Boers, What is New Testament Theology?(Filadélfia: Fortress, 1979), p.23-38.
[20] De acordo com Vos, “Gabler percebeu corretamente que a diferença específica da Teologia Bíblica encontra-se em seu princípio histórico de estudo” Vos, Biblical Theology Biblical p.9. Essa ênfase sobre o elemento histórico é fundamental para sua própria descrição da Teologia Bíblica como “o estudo das verdadeiras revelações próprias de Deus no tempo e no espaço que encontram-se por trás até mesmo da primeira tentativa de escrever qualquer documento bíblico e que, durante muito tempo, continuaram a ocupar um posição paralela ao registro do material revelado”(p.5). Assim, ele define a Teologia Bíblica como “o ramo da teologia exegética que trata do processo de revelação própria de Deus depositada na Bíblia”(p.5); ver também pp.3-11; G. Vos, Redemptive History and Biblical Interpretation (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed, 1980), p.15.
[21] Ver, Vos, Biblical Theology, p. 15-16
[22] Hasel fez uma colocação ousada: “O teólogo bíblico deriva seus termos, assuntos, temas e conceitos do próprio texto bíblico”. Hasel, Old Testament Theology, p. 101-103, p.130. ver também J. Murray, ‘Systematic Theology II”, Westminster Theological Journal 26 (1963), p.43 e R.B.Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, Westminster Theological Journal 38 (1975-1976), p. 294.
[23] Ladd, A Theology of the New Testament, p. 25.
[24] Por exemplo, Clowney, Preaching and Biblical Theology”, p.16 e Gaffub, “Systematic Theology ande Biblical Theology”, p.294-295.
[25] Ver Gaffin, “Systematic Theology and Biblical Theology”, p. 293-294
[26] Ver Barr, “Revelation through History in the Old Testament and in Modern Theology”, p. 6-7.
[27] Kline, Structure of Biblical Autority, p. 47.
[28] Vos afirma: “Não há diferença no sentido de que uma estaria mais intimamente ligada às Escrituras do que a outra. Quanto a isso, são absolutamente idênticas. A diferença também não se encontra em que uma transforma o material bíblico enquanto outra o deixa intocado. Ambas fazem igualmente com que a verdade depositada na Bíblia passe por uma transformação: mas a diferença surge do fato de que os princípios pelos quais é realizada a transformação são diferentes. Na Teologia Bíblica o princípio é histórico; na Teologia Sistemática, é de construção lógica”. Vos, Biblical Theology, p.15-16.
[29] Ver Murray, “Systematic Theology II”, p. 43-44, n. 23.
[30] Robertson, por exemplo, desenvolve os setes períodos da história da redenção baseado nas alianças espirituais. Ver. O.P.Robertson, The Christ of the Covenants (Grand Rapids: Baker, 1980), p. 62-63.
[31] Ver, W.C.Kaiser, Toward na Old Testament Theology (Grande Rapids: Zordevan, 1978), p.41-54; W. A. Vangemeren, The Progress of of Redemption (Grande Rapids: Zordevan, 1988), p.33.
[32] Murray argumentou que “A Bíblia em si tem consciência do períodos distintos nos quais a história da revelação se encaixa. Apesar da possibilidade de haver uma subdivisão mais detalhada dentro de certos períodos...”. Murray, “Systematic Theology II”, p. 43. No entanto, as variações entre os diferentes teólogos bíblicos sugerem que essa divisão pode não ser tão óbvia.
[33] Ver Frame, Knowledge of God, 251-254.
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